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O ex-PM Marcelo Oliveira, acusado de matar a namorada em agosto de 2017, em Angatuba (SP), foi condenado a 17 anos e seis meses de prisão, em regime fechado. A estudante de psicologia Gláucia Mercedes de Machado Camargo, de 32 anos, foi morta após sair da festa de noivado da irmã em 2017.
O júri popular do ex-PM Marcelo Oliveira foi realizado nesta quarta-feira (13) e durou aproximadamente oito horas. Ele foi condenado por homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, emprego de asfixia, feminicídio.
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O tribunal do júri contou com depoimentos de cinco testemunhas, sendo dois policiais que atenderam a ocorrência no dia da morte da vítima e a irmã, tia e cunhado dela. A família de Gláucia acompanhou o júri e estava esperançosa para que o acusado recebesse a maior pena possível.
No júri, Marcelo negou que ele e Gláucia brigaram durante o noivado, contrariando as declarações das testemunhas.
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Ele também disse que não teve a intenção de mata-la, mas que agiu em legítima defesa porque teve o pescoço cortado por uma tesoura que Gláucia segurava. Para tentar controlá-la, afirmou que deu um “mata leão” e que achou que ela tivesse desmaiado.
“As provas dos autos não deixam dúvidas. A morte foi por asfixia mecânica decorrente de esganadura, que tem como pressuposto a execução com as mãos. As marcas no corpo da vítima deixam claro que ele a executou com as mãos e segurou o pescoço dela até que ela morresse, mesmo se debatendo”, afirmou a promotora de justiça Paula Augusta Mariano Marques.
“Não há dúvidas, nem como falar que ele agiu em legítima defesa. Não há prova neste sentido, sequer prova de violência no quarto onde ocorreu a morte. Os jurados reconheceram as circunstâncias, a pena foi adequada e justa. Entendemos que os jurados realizaram justiça e estamos satisfeitos com a decisão”, complementou.
Gláucia estava no último ano da faculdade de psicologia e era conhecida na cidade por ter sido rainha de bateria da escola de samba Liberdade. Em 2014, ela saiu a frente dos músicos pela 15ª vez e falou sobre a alegria de ocupar a posição.
Depois do crime, o companheiro dela se entregou à polícia e disse que eles moravam juntos e discutiram após a festa por ciúme. Preso em flagrante, Marcelo foi levado para a cadeia pública de Piraju (SP).
O boletim de ocorrência sobre o caso foi registrado como violência doméstica e homicídio qualificado.
Antes do crime, Gláucia havia comentado com os familiares que os dois já estavam praticamente separados. Segundo a prima da vítima, Andressa Regina Meira, ela já tinha até dado um prazo para que o homem saísse de casa.
Demitido da PM
Por telefone, a assessoria da PM explicou que Marcelo trabalhou no 34º Batalhão de Polícia Militar do Interior, em Bragança Paulista (SP), e foi desligado no dia 5 de setembro de 2014.
Na ocasião, segundo a Polícia Militar, ele agenciou 50 pessoas para trabalharem como segurança no carnaval, mas não pagou ninguém. O caso foi denunciado ao batalhão e após processo disciplinar, ele foi demitido da corporação.
Ainda de acordo com a polícia, Marcelo trabalhou de 2001 até 2014. Atualmente, de acordo com a família da namorada, estava desempregado.
Fonte: G1