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Moradores de Cuiabá formaram fila na frente de um açougue do Bairro CPA 2, nesta semana, para pegar ossos doados pelo estabelecimento. Dezenas de famílias que estavam no local contaram que estão passando por dificuldades financeiras.
A dona de casa Brazilina Paulo de Souza foi até o local com a filha e a prima. Segundo ela, a família passa por dificuldades financeiras e não é sempre que conseguem colocar carne na panela.
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A catadora Miniane Regina de Souza trabalha com reciclagem. O dinheiro que ela e o marido ganham no fim do mês não tem sido suficiente.
Segundo a trabalhadora, para não deixar faltar na mesa, ela decidiu enfrentar a fila para conseguir o alimento.
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Quem também aguardou na fila foi a Mara Siqueira Castro, mãe de 7 filhos. Ela trabalha como autônoma, mas não tem conseguido manter as despesas da família.
“Eu recebo só o beneficio do governo e nós estamos vivendo de doações”, disse.
As doações são feitas pelos funcionários pela porta dos fundos do açougue.
“A gente está vindo por necessidade mesmo. Não tenho vergonha de falar que preciso. Ainda tem pessoas boas nesse mundo”, pontuou a aposentada Zilda Pereira.
A doutora em sociologia política, Silvana Maria Bitencourt, afirma que não é de hoje que a desigualdade social assombra as famílias brasileiras. Para ela, cada região do país tem a sua realidade.
Silvana reforça que correntes de solidariedade são extremamente importantes, mas isso também envolve politicas públicas.
“Não podemos tirar a responsabilidade do estado. É preciso olhar para essa população”, pontuou.
Doação em Cuiabá
Comerciantes das bancas da Central de Abastecimento e Distribuição de Cuiabá doam alimentos que não são comercializados nas feiras. As pessoas se cadastram e, uma vez na semana, passam pelas bancas em busca vegetais, legumes ou frutas.
Atualmente, são 420 pessoas e 40 entidades cadastradas para receber os alimentos.
Segundo o auxiliar administrativo da Central, Pedro Viginoli Neto, todos os dias tem gente pedindo ajuda pra alimentar a família ou ajudar os vizinhos.
De acordo com a presidente da Associação dos Permissionários da Central de Abastecimento a intenção é atender mais famílias.
A pescadora Margarida de Souza saiu de Santo Antonio de Leverger, a 35 km da capital, para buscar alimentos na Central. O que ela pega nas bancas vai parar na mesa dela e de outros vizinhos também.
A dona de casa Luciane Aparecida da Silva aproveita os alimentos descartados para desenvolver um projeto social no bairro onde mora. Ela prepara refeições e distribui para famílias carentes.
G1