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O Ministério Público, através da Promotoria de Justiça de Piraju (SP), informou que acompanha o surto de coronavírus registrado em um abrigo de idosos em Sarutaiá, no interior do estado. Segundo o Departamento de Saúde do município, a unidade teve oito mortes pela doença e mais de 40 casos positivos entre os internos.
Segundo o MP, no último dia 15, a direção da Unidade do Reviver encaminhou um e-mail à Promotoria solicitando a transferência dos idosos para uma unidade recém-inaugurada da instituição, na cidade de São Paulo.
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Por causa disso, o Ministério Público informou que manteve contato direto com a direção da unidade para verificar a regularidade e a forma como os idosos seriam transferidos.
Contudo, alegou que a transferência ainda não foi realizada e que o MP aguarda a unidade encaminhar a lista dos idosos que serão transferidos para fazer a operação.
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Disse ainda que “todas as medidas necessárias para isolamento e contenção das transmissões foram e estão sendo tomadas para evitar novas contaminações”.
A prefeitura de Sarutaiá informou que não foi notificada sobre uma possível transferência dos idosos do abrigo.
O surto de coronavírus na Unidade do Reviver em Sarutaiá foi divulgado na sexta-feira (18) pelo Departamento de Saúde da cidade. Segundo a prefeitura, o abrigo contava com 58 internos, mas oito morreram por complicações da Covid-19 nas últimas semanas. Eles estavam internados em Piraju.
Atualmente, o município informou que há 43 idosos diagnosticados com coronavírus, além de oito funcionários. De acordo com a prefeitura, uma idosa de 60 anos foi internada com a doença na sexta-feira (18), mas teve alta neste domingo (2) e está sendo assistida pelo instituto. Apenas sete idosos do abrigo testaram negativo para a doença.
Desde o início da pandemia, Sarutaiá registrou 529 casos de coronavírus, sendo 17 óbitos e 401 pacientes recuperados. Com isso, o asilo tem quase 50% das mortes por Covid registradas na cidade. O município tem população estimada de 3.630 habitantes.
De acordo com o Departamento da Saúde, todos os idosos e funcionários receberam, entre fevereiro e maio, as duas doses da vacina contra o coronavírus, sendo que alguns tomaram CoronaVac e outros, AstraZeneca.
Desde o início dos primeiros casos positivos, a Vigilância Sanitária informou que realizou visitas na Unidade do Reviver e prestou orientações à direção, inclusive quanto ao isolamento dos casos positivos.
Na última quinta-feira (17), a Vigilância Sanitária de Botucatu, Avaré e Sarutaiá fiscalizaram o abrigo e não foram constatadas irregularidades no local. Segundo a prefeitura, todos os protocolos de segurança contra a Covid-19 estão sendo tomados pela direção da unidade.
Ainda conforme o município, não há como precisar como surgiu a contaminação, pois além dos funcionários que trabalham no local, há também idosos que viajavam para atendimento em outras cidades.
Posicionamentos
Em nota, a prefeitura de Sarutaiá informou que “está oferecendo todo suporte da saúde para a unidade e realizando todo monitoramento para evitar o aumento de casos”.
Já o Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE) de Botucatu, responsável pela cidade de Sarutaiá, disse que foi notificado sobre o surto e está à disposição do município para eventuais orientações.
A Anvisa informou que não pode se manifestar sobre o caso da reportagem por não ter acesso aos dados. No entanto, reforçou que para os “óbitos supostamente ocorridos em pessoas vacinadas, é necessária uma investigação específica sobre as relações causais entre o óbito e outros fatores internos ou mesmo relativos a cada indivíduo”.
Disse ainda que a eficácia da vacina atinge seu efeito máximo cerca de 14 dias após a segunda dose, “sendo imprescindível manter as medidas não farmacológicas após a vacinação”. Segundo o órgão, nenhuma vacina é 100% eficaz.
A Anvisa também informou que “a vacinação é uma medida de controle coletivo e apenas a imunização de um grande número de pessoas é capaz de minimizar os riscos de transmissão e disseminação da doença”.
Já o Instituto Butantan disse que “é prematura e temerária qualquer afirmação sobre hospitalizações ou óbito pela Covid-19 de pessoas vacinadas contra a doença, uma vez que cada caso, individualmente, deve passar obrigatoriamente pelo processo de investigação, que não considera apenas a imunização de forma isolada, e sim o conjunto de aspectos clínicos, como comorbidades e outros fatores não relacionados à vacinação”.
A reportagem também tentou entrar em contato com a Fundação Reviver, mas não obtiveram retorno oficial até a publicação da reportagem.
Mortes no abrigo
- terça-feira (8): homem de 89 anos;
- segunda-feira (14): homem de 79 anos;
- terça-feira (15): mulher de 101 anos;
- quarta-feira (16): três homens, com idades de 82, 89 e 98 anos;
- sexta-feira (18): homem de 71 anos e mulher de 96 anos.
Fonte: G1 Foto: Minuto do Amorim – Divulgação