26 abril, 2024

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“A população já acostumou com mulheres fardadas”, diz comandante botucatuense Kátia Cristófolo

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Ela é a única mulher a comandar um dos cinco Batalhões de Policiamento Militar Rodoviário do Estado de São Paulo. A botucatuense Tenente Coronel Kátia Regina Firmino Cristófolo está na linha de frente do 3º Batalhão de Policiamento Militar Rodoviário de Araraquara, é responsável por fiscalizar mais de 5,4 mil quilômetros de malha rodoviária – correspondente a 196 municípios e comanda mais de 600 policiais, sendo apenas 17 policiais femininas.  

A comandante afirma que, dentro da Polícia os desafios são os mesmo para homens e mulheres, já que disputam em pé de igualdade os mesmos cargos, graduações, salários e funções.    

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“Tanto para dirigir uma viatura, no manejo de um fuzil. Somos preparadas e temos as mesmas competências que os homens.  
Dentro da Polícia somos todos iguais e, pelo preparo dentro do policiamento, nunca tive dificuldades por ser mulher. Claro que somos um pouco mais fracas fisicamente e às vezes precisamos que alguém faça um pezinho na hora de pular um muro, mas de resto é tudo igual”, brinca.  

Para ela a única diferença entre homens e mulheres é a própria natureza feminina. “Na questão técnica não há diferença, mas mulher é mais sensível. A gente acaba dando nosso jeitinho, através da sensibilidade, para conseguir contornar uma situação mais difícil”.  

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Kátia entrou para a polícia aos 18 anos, quando ainda no cursinho ouviu falar da Barro Branco (Foto: Amanda Rocha/ACidadeON)

Como tudo começou
Nascida na cidade de Botucatu, a tenente coronel entrou para a Polícia Militar aos 18 anos de idade, quando foi aprovada na academia do Barro Branco, no ano de 1991.  

Ela conta que fazia cursinho pré-vestibular e, como muitos jovens, tinha dúvida de qual carreira seguir. Ainda no ensino médio ela chegou a procurar a Marinha e perguntar como ingressar na carreira, onde foi informada que teria que ser pela área da saúde.  

“Eu então decidi fazer odontologia para ser dentista da Marinha. Prestei e não passei, graças a Deus, pois seria péssima. Não é minha área. Naquela época, os cadetes do Barro Branco iam até os cursinhos para falar sobre a academia. E foi assim que tive meu primeiro contato com a Polícia Militar. Eu achei interessante e prestei. Passei e entrei na academia em janeiro de 1991. Minha turma tinha 16 meninas em um universo de 170 homens. Fizemos parte da terceira turma da academia do Barro Branco que realizava a formação junto aos homens. Até 1989 a formação de oficial feminina era separada da dos homens”, conta.  

A tenente coronel Kátia foi a primeira mulher da região de Botucatu a ingressar no Barro Branco. Mas apesar de ser raro, ela conta que nunca sofreu preconceito em relação a profissão escolhida.

“Eu não sofri conceito com a minha escolha, mas meu pai falou sério que vai ser polícia?. Eu não encaro isso como preconceito, afinal, essa é uma profissão legalista e mais do que fazer cumprir as leis, a gente cumpre a lei. Quando ainda não existiam policiais femininos no interior, que a nossa função era apenas assistencial na capital, o povo ainda se assustava.  
Eu tinha que viajar fardada e as pessoas achavam diferente. Eles pensavam nossa uma mulher. Hoje somos mais de 13 mil policiais femininas no estado, a gente atua em todas as áreas da Polícia Militar e tomamos conta de todos os espaços. Acredito que hoje a população tenha se acostumado a ver mulheres fardadas”, ressalta.  

As treze corajosas
A história da mulher na polícia começou em 1955 com apenas 13 mulheres e que viveram uma realidade muito diferente. Elas foram chamadas de as 13 mais corajosas. “Esse título é muito legal, pois em 1955 uma mulher querer atuar em segurança pública era complicado. Elas sim devem ter sofrido preconceitos, que teve uma luta maior. Nós só pegamos o legado delas”, destaca.  

Ainda de acordo com a comandante, há 40 anos não existia mulheres nos cargos de coronéis da policia ou em destaque no comando. “Hoje temos mulheres como a Coronel Flávia, minha colega de turma, que comanda a Polícia Ambiental no Estado. Nós fomos seguindo o ritmo, seguindo o caminho trilhado e estamos aqui”, ressalta.  

Sem deixar de se descuidar
É um batom aqui, um rímel ali e um lápis de olho acolá. Apesar de trabalharem no mesmo nível técnico que os homens, andarem armadas e com a seriedade do fardamento, as policiais femininas não abandonam a vaidade.  

“Aquela máxima de a gente chega atrasada, mas não chego feia também vale pra gente. A gente procura estar sempre bem arrumada, bem alinhada e isso faz parte também do policial. O alinhamento, o fardamento, estar sempre bem apresentável é parte da nossa rotina. E a maquiagem não pode ficar de fora não, a gente tem é que ressaltar aquilo que é bonito e esconder o que é feio”, afirma.  

Sob o comando de Kátia estão Patrícia, Juliana e outras 15 mulheres (Foto: Amanda Rocha/ACidadeON)

Nova geração
Entre as 17 policiais femininas da Polícia Rodoviária de Araraquara estão a Soldado Juliana de Cassia Mequi, de 30 anos e a Cabo Patrícia Melo Mancini Mendes, 29. Uma está na polícia há cinco anos e a outra há sete. Para ambas o trabalho faz parte de uma vocação. “Trabalho há sete anos e amo ser policial” reforça Patrícia.

Fonte: Cidade On

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