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Uma curiosa igreja construída a 40 metros do solo é a igreja mais misteriosa do mundo. “Dirigir pelas belas e sinuosas estradas rurais da remota região de Imereti, no oeste da Geórgia, é uma experiência de viagem muito agradável, mas não imediatamente associada a experiências religiosas. Até você passar por um beco escondido marcado com a placa de uma igreja”, diz a CNN Travel. Dirigindo 200 quilômetros a oeste de Tbilisi, capital georgiana, você é surpreendido por um pico rochoso coroado por uma estranha igreja. No meio deste vale verdejante, o Pilar Katskhi, apelidado de “Pilar da Vida” pelos habitantes da província, surge como uma curiosidade geológica, mas também histórica. Como é que foi construída tão alta e como é que se chega lá? A CNN a chama de “a igreja mais sagrada e isolada do mundo”. Mas qual é a sua história? Envolto de mistério, o santuário ortodoxo só foi descoberto pelos investigadores em 1944, e só foi realmente estudado a partir de 1999, antes de ser finalmente restaurado pelo Estado georgiano em 2009.
O edifício pode parecer pequeno visto de longe, mas na verdade abriga 150 m² de espaço de culto, incluindo uma igreja, uma cripta, celas de eremitério e uma adega. Em 1946, os historiadores conseguiram datar as ruínas de um primeiro recinto religioso antigo, construído no século V (do qual ainda resta uma cruz como testemunho), seguido de uma igreja construída no século XI, no início da Idade Média. Nessa época, os monges viviam no topo do rochedo e veneravam Saint-Maxime com a maior ascese, segundo pesquisas realizadas por historiadores, que descobriram condições de vida muito rudimentares.
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Até 2015, o padre georgiano Maxime Qavtaradze morou lá e mandou construir uma nova estrutura. De acordo com o Times of India, o monge refugiou-se aqui na solidão em 1993, depois de ter sido preso por crimes relacionados com drogas. “Ele percebeu que a melhor maneira de se arrepender do seu crime e entrar em contato com Deus era meditar em uma cela solitária no topo do pilar Katskhi”, afirma a mídia indiana. O monge só sai de seu poleiro duas vezes por semana para rezar embaixo com seus discípulos, os mesmos seguidores que todos os dias elevam sua comida até o topo do pilar usando uma roldana.
Atualmente, os monges vivem em um mosteiro sob o pilar Katskhi e realizam a sua difícil subida todos os dias, subindo uma escada estreita, durante cerca de 20 minutos. “Diz-se que a peregrinação diária para rezar no topo os aproxima de Deus”, afirma a CNN, que os entrevistou. Até a data, são as únicas pessoas no mundo que podem fazer até, mas as obras de renovação iniciadas em 2009 preveem tornar o local acessível ao público. Ao pé do cume, uma placa indica que é estritamente proibido violar a rocha. Até a nova ordem, as mulheres não estão autorizadas a escalar a rocha; teoricamente, nunca nenhuma mulher pôs os pés no local de culto do cume.
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Para os mais curiosos, porém, já é possível chegar ao primeiro nível da rocha, onde se pode meditar em um espaço esculpido na pedra, ou optar pela capela ao pé do pilar, decorada com um teto em arco.
O nome é em homenagem ao São Simeão, um monge que passou 37 anos de sua vida em um pilar semelhante em Aleppo, na Síria. Quanto ao mistério de como a igreja mais alta foi construída e como o pilar foi escalado na Idade Média, continua a ser um mistério, e a investigação continua. Em 2021, o New York Post intitulava: “Ninguém sabe como esta igreja foi construída”. E o mistério permanece intacto.
Fonte: Casa Vogue