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Fatores presentes no quarto podem interferir diretamente na qualidade do sono. De acordo com a Associação Brasileira do Sono (ABS), cerca de 73 milhões de pessoas no Brasil sofrem com problemas de insônia, e um dos motivos para uma noite mal dormida pode estar justamente na estrutura física do cômodo, na disposição dos móveis ou até mesmo na altura do colchão.
O alerta veio do arquiteto Arthur Casas, convidado especial do primeiro Simmons talks – Design do Sono, encontro promovido pela empresa Flex do Brasil, responsável pela operação da marca norte-americana de colchões Simmons no País.
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O evento, que aconteceu no dia 11 de dezembro, no Hotel Rosewood, na capital paulista, celebrou os 100 anos do modelo de colchão Beautyrest e também os 25 anos da empresa Flex no Brasil.
Como deve ser o quarto perfeito?
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Arthur Casas, que faz seus projetos todos desenhados à mão, diz que projetar um quarto é um dos maiores desafios para um arquiteto, porque este cômodo não pode ser tão estimulante que faça com que o morador não deseje sair dele, nem tão grandioso que prejudique o sono.
Segundo ele, o quarto perfeito tem que ser acolhedor: o pé direito não pode ser muito alto nem ter medidas exageradamente grandes. Deve ser, antes de tudo, aconchegante, com cores que acalmam a mente e luzes indiretas que permitam o descanso. "Um quarto não precisa nem ser grande, mas o colchão e o travesseiro devem ser ótimos", diz.
O segredo para uma boa noite de sono
Porém, de acordo com Casas, é muito comum que a escolha do colchão seja negligenciada, pois as pessoas se esquecem do papel essencial desta peça para uma boa noite de sono.
"Vejo clientes que gastam demais em móveis, piso, acabamentos, e acabam ficando com pena de gastar em um bom colchão", diz. "Mas é no colchão que você vai ficar deitado por 8 horas todos os dias da sua vida".
Olga Fonseca, diretora de marketing da Flex do Brasil, lembrou que a altura do colchão é outro item essencial na escolha de uma peça de excelência. "É comum ter especificações de colchões mais baixos unicamente pela questão estética. Porém, geralmente as pessoas preferem aqueles colchões que as abraçam e isso tem relação direta com a altura. Os colchões que mais agradam começam em 36 centímetros de altura", diz. O motivo é que essa espessura é obtida com mais camadas de conforto e suporte, explica a executiva.
Exposição aborda 100 anos de história
No evento, Olga também falou explicou como realizou a curadoria da exposição A Arte de Dormir Bem: 100 anos de Beautyrest, o legado da Simmons para o mundo. A exposição, organizada já no espaço de recepção dos convidados, foi um dos pontos altos da tarde que reuniu arquitetos, designers, imprensa e lideranças do setor.
Em viagem para os Estados Unidos no início de 2025, ela descobriu que foi há 100 anos que a Simmons criou o conceito das molas ensacadas e brincou que o momento era propício para exercer o seu sonho de infância de ser uma arqueóloga. "Quis buscar esse lado Indiana Jones para garimpar as peças publicitárias mais representativas destes 100 anos da marca", diz.
Com isso, reuniu registros que remontam à década de 1925 até os dias atuais e mostram a evolução, não só do colchão, mas também a mudança da estética da publicidade e do comportamento da sociedade ao longo do século.
Olga ressalta, inclusive, que a escolha do Hotel Rosewood para sediar a exposição e o encontro não foi aleatória, pois o local além de oferecer apenas colchões Simmons para compor suas unidades, foi construído preservando o Complexo Matarazzo, que marcou o período industrial brasileiro no início do século 20.
Lições do evento
Participante do evento, Anne-Charlotte Gouraud diz que o bate-papo trouxe insights interessantes para o seu trabalho. Francesa de nascimento, Anne conta que veio para o País há dez anos para trabalhar no ramo alimentício, mas acabou se apaixonando pela cultura e povo brasileiros. Por isso, há um ano resolveu mudar de carreira e fundou a Ofício 1934, uma incorporadora boutique focada em reformar e restaurar casas antigas no bairro do Pacaembu, em São Paulo.
"Acho que a arquitetura brasileira é linda, mas o que falta por aqui é a cultura do cuidar. Às vezes, o dinheiro é investido em derrubar uma casa antiga, com personalidade, para construir uma casa nova, que mais parece um caixão".
Para Anne, a lição que fica do Simmons talks é que, provavelmente a escolha de um colchão é uma das coisas mais difíceis de fazer. "E escolher um colchão errado vai impactar diretamente se seu sono vai ser bom ou ruim por muitos anos".
O evento também marcou o anúncio da parceria entre a Flex do Brasil com o Gallery Institute, instituição global dedicada à preservação do legado arquitetônico contemporâneo e à produção de conteúdo cultural de impacto. O Instituto é responsável por documentários, acervos e produções sobre alguns dos nomes mais relevantes da arquitetura mundial.
"Com o Simmons talks também demos a partida em um projeto de longo prazo com o Arthur Casas, que prevê outras edições do Simmons talks e a produção qualificada de conteúdos sobre design do sono e os novos paradigmas da arquitetura voltada ao bem-estar", finaliza Olga.