17 de outubro, 2025

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Escassez de dentistas nos EUA preocupa comunidades rurais

Escassez de dentistas nos EUA preocupa comunidades rurais

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Os Estados Unidos enfrentam um desafio crescente na área da saúde bucal: a escassez de dentistas e higienistas dentais, especialmente em regiões rurais e em programas voltados para pessoas de baixa renda. De acordo com dados da Health Resources & Services Administration (HRSA), mais de 58 milhões de norte-americanos vivem em áreas designadas como Health Professional Shortage Areas (HPSA) — regiões oficialmente reconhecidas pela falta de profissionais de saúde.

Em estados como Maine, o número de dentistas caiu de 590 em 2019 para 530 em 2023, e o número de higienistas dentais diminuiu de 1.040 para 840 no mesmo período, segundo dados do U.S. Bureau of Labor Statistics citados em documento oficial do Legislativo do Maine.

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Já em New Hampshire, diversas áreas apresentam escassez de profissionais odontológicos (Dental Health Professional Shortage Areas – HPSA), Além disso, menos de 15% dos cerca de 850 dentistas do estado participam do programa Medicaid para adultos, conforme dados divulgados pelo New Hampshire Bulletin.

O tema também foi abordado em um estudo conduzido pelo cirurgião-dentista e pesquisador Diego Barbosa da Silva, intitulado "Aging Workforce and Workforce Shortages: The Looming Public Crisis". O artigo analisa tendências demográficas da força de trabalho odontológica e desigualdades de acesso em Maine, New Hampshire e Vermont entre 2015 e 2025, apontando que quase metade dos profissionais está prestes a se aposentar e há pouca reposição nos centros rurais.

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A situação é ainda mais desafiadora para famílias atendidas por programas públicos, como o Medicaid — sistema que oferece atendimento odontológico básico para pessoas de baixa renda, semelhante ao Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, porém com cobertura limitada. Muitos profissionais evitam aderir ao programa devido aos baixos valores de reembolso pagos por procedimento, o que reduz a disponibilidade de atendimentos.

Dr. Diego Silva, que atualmente é licenciado como higienista dentário nos Estados Unidos, observa diariamente os desafios enfrentados por pacientes em comunidades afastadas: "Há famílias que precisam viajar horas para conseguir uma consulta ou aguardam meses por atendimento", relata. "Essa demora faz com que problemas simples evoluam e se tornem mais graves e caros de tratar".

De acordo com o U.S. Bureau of Labor Statistics (BLS), cerca de 4.500 vagas por ano devem estar disponíveis para dentistas nos EUA ao longo da próxima década, com crescimento projetado de 4% entre 2024 e 2034 — reforçando a urgência de medidas estruturais e incentivos regionais que atraiam profissionais a comunidades carentes.

A escassez de mão de obra odontológica, segundo o dentista brasileiro, reflete não apenas a aposentadoria de profissionais experientes, mas também a falta de políticas que valorizem a atuação em regiões rurais e o fortalecimento de programas de prevenção.

"Enquanto não houver incentivos claros para quem atua em áreas remotas, o desequilíbrio no acesso à saúde bucal continuará crescendo", conclui.

A discussão sobre a escassez de profissionais também reacende o debate sobre a revalidação de diplomas de cirurgiões-dentistas formados no exterior. Segundo o brasileiro Diego Silva, facilitar o ingresso de profissionais qualificados poderia ajudar a reduzir as lacunas de atendimento em estados com maior carência — especialmente em regiões rurais e programas públicos como o Medicaid.

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