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Em 2026, a logística brasileira se prepara para transformações significativas diante de um cenário de crescimento moderado da economia, entre 1,8% e 2% do Produto Interno Bruto (PIB). Para 2025, este índice deve fechar em 2,25%, segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA). A queda projetada da inflação e da taxa Selic no próximo ano sinaliza aumento no poder de compra e, consequentemente, maior demanda por serviços logísticos que abrangem transporte, frete, armazenagem, controle de estoque, processamento de pedidos, embalagem e logística reversa.
Segundo entidades do setor, um termômetro do crescimento deste mercado são os custos logísticos no Brasil, que em 2025 consumiram 15,5% do PIB, evidenciando a importância estratégica do segmento para a economia nacional. O mercado brasileiro de frete e logística deve alcançar US$ 140,7 bilhões até 2029, com crescimento anual de 4,3%, de acordo com a Mordor Intelligence.
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Nesse cenário de expansão e pressão por eficiência e agilidade nas cadeias B2B, o especialista em logística emergencial e ultraexpressa, Marcelo Zeferino, CCO da Prestex, respondeu algumas perguntas, analisando os desafios e as tendências do setor para o próximo ano.
Qual será o papel da inteligência artificial na logística ultrarrápida em 2026?
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Marcelo Zeferino: O mundo corporativo vive uma época de obesidade de informação e escassez de conhecimento. Muita gente dizendo que faz, muita gente tentando se posicionar, mas pouca gente com real conhecimento do que está fazendo. Muito mais importante do que ter um monte de dados, chegou o momento de saber o que fazer com eles. A inteligência artificial cada vez mais deixará de ser uma ferramenta de apoio para ser determinante na tomada de decisão. Aplicações como previsão de demanda, otimização de rotas e recursos, prevenção de falhas, simulações operacionais e gestão multimodal estarão integradas em tempo real. A IA deverá aumentar a precisão, eficiência e agilidade, permitindo que as operações sejam mais estratégicas e resilientes diante de cenários de crise no B2B. Por exemplo, um serviço de charter — fretamento de aeronave para uma operação crítica — é realizado em cerca de 15 minutos por uma empresa especializada, oferecendo a solução, o valor e a preparação da coleta. A combinação de IA, IoT e computação quântica, em um futuro próximo, vai agilizar cada vez mais estas operações.
Como você avalia a evolução dos Sistemas de Gerenciamento de Transporte (TMS)?
Marcelo Zeferino: O TMS se consolida como o centro neural da operação logística. Em 2026 veremos sistemas cada vez mais capazes de integrar roteirização inteligente, agendamento automatizado, cadastro de tarifas, controle de cargas, gestão de documentos e o acompanhamento de embarques, coletas e entregas. Essa evolução transforma o TMS em uma plataforma estratégica, conectando os pontos da cadeia e garantindo total visibilidade nas operações.
Com tanta automação, tecnologia, qual será o espaço para o fator humano?
Marcelo Zeferino: Apesar da automação e uso de IA crescente, não só na Logística, mas em todas as áreas, o elemento humano segue essencial. A tecnologia dá velocidade e precisão, mas a tomada de decisão ética e contextual continua sendo prerrogativa das pessoas. Na logística emergencial e ultraexpressa, muitas vezes há situações críticas que exigem discernimento humano para equilibrar urgência, segurança e responsabilidade. O futuro é de integração, máquinas e pessoas trabalhando em sinergia nesse mercado crescente. O Mapa do Trabalho Industrial projeta a necessidade de mais de 8 milhões de profissionais qualificados em Logística até 2027.
Em relação à rastreabilidade, a Prestex foi uma das pioneiras no setor a desenvolver um sistema próprio de rastreamento em 2009, quais serão as novidades?
Marcelo Zeferino: Rastreamento e segurança de carga são elementos indispensáveis na logística moderna, principalmente no transporte de itens de alto valor agregado, como ocorre na logística aérea ultraexpressa B2B. É fundamental contar com aplicativo que permita acompanhar todas as etapas do transporte em tempo real, da emissão do pedido à entrega final, incluindo manifesto, embarque, conexões, desembarque e conferência, com o nome do recebedor. As principais novidades estão na integração de tecnologias como IA, sensores de IoT e análise avançada de dados. Com isso, o rastreamento deixa de ser apenas a localização da carga e passa a oferecer capacidade preditiva, antecipando eventos como atrasos, riscos e desvios. Em operações com itens sensíveis, como medicamentos, por exemplo, já há sensores que enviam alertas imediatos em caso de violação ou anomalia. Esse nível de transparência fortalece a confiança e garante a previsibilidade em operações emergenciais.
Quais foram os resultados da Prestex em 2025 e como eles refletem o desempenho do setor de logística ultraexpressa no Brasil?
Marcelo Zeferino: Em 2025, a Prestex registrou crescimento de 30% em relação a 2024, movimentando cargas em segmentos como Químico, TI, Automobilístico, Bebidas, Alimentação e Farmacêutico. Esse desempenho acompanha o avanço da logística ultraexpressa no Brasil, impulsionada pela necessidade de entregas rápidas e alta confiabilidade em operações críticas. No setor como um todo, há uma busca crescente por eficiência e previsibilidade, e indicadores como o SLA de 99,8% nas entregas dentro do prazo e os 90 pontos em NPS e CSAT, que medem de uma forma geral a satisfação do cliente, mostram que a logística emergencial vem ganhando espaço como resposta às exigências do mercado B2B. Esses números reforçam ainda a tendência de que a logística ultraexpressa terá papel cada vez mais relevante no suporte às cadeias produtivas e crescimento econômico em 2026.