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A cirurgia robótica deve revolucionar os cuidados médicos até 2035. A conclusão faz parte do relatório Future of Healthcare, realizado pela GlobalData e compartilhado pelo site Saúde Business. De acordo com a projeção, o mercado de dispositivos de cirurgia geral deve chegar a US$ 58 bilhões (R$ 319,97 bilhões) até 2033.
Para o médico Dr. Arthur Rodrigues, urologista com especialização em uro-oncologia, cirurgia videolaparoscópica e robótica, a cirurgia robótica já deixou de ser uma promessa e se tornou uma realidade em franca expansão.
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“O relatório da GlobalData apenas reforça uma tendência que nós, cirurgiões urológicos, já vivenciamos. Até 2035, não falaremos mais apenas de acesso à tecnologia, mas de personalização cirúrgica, Inteligência Artificial (IA) integrada e realidade aumentada aplicada à navegação intraoperatória”, afirma.
Ele observa que a revolução não está apenas na plataforma robótica, mas na incorporação de dados, algoritmos e planejamento 3D que potencializam a performance do cirurgião e a segurança do paciente.
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A urologia foi uma das especialidades pioneiras na adoção da cirurgia robótica, sobretudo para a prostatectomia radical. “A anatomia pélvica estreita e a necessidade de preservação neurovascular tornaram o uso do robô vantajoso”, explica Dr. Arthur Rodrigues.
“Ampliamos a aplicação para ‘Nefrectomia parcial com isquemia zero’, ‘Cistectomia radical com derivação intracorpórea’, ‘Pieloplastia e ureteroplastias complexas’ e ‘Reimplantes ureterais e cirurgia reconstrutiva’”, detalha. “A capacidade de movimentos articulados, visão 3D e ampliação da imagem tornam a robótica ideal para cirurgias de alta precisão, onde os milímetros fazem a diferença”, esclarece.
Maior precisão e preservação das estruturas anatômicas
Dr. Arthur Rodrigues conta que a cirurgia robótica se diferencia das técnicas tradicionais no tratamento do câncer de próstata em termos de precisão e preservação das estruturas anatômicas: “A cirurgia robótica permite uma visão magnificada em 10x com profundidade e nitidez superiores à laparoscopia”.
Ele explica que os instrumentos articulados com 7 graus de liberdade reproduzem os movimentos da mão humana eliminando tremores, o que permite dissecar os feixes neurovasculares com preservação funcional da função erétil e continência urinária, minimizar o sangramento ao controlar vasos com máxima precisão e reduzir os tempos de isquemia e manipulação tecidual.
Diferenciais em relação às cirurgias tradicionais
O médico destaca que estudos clínicos e metanálises mostram benefícios consistentes da cirurgia robótica, como menor dor pós-operatória e menor uso de opioides, menor sangramento intraoperatório, taxa de transfusão sanguínea e tempo de internação (média de 1 a 2 dias).
“A cirurgia robótica permite o retorno mais rápido às atividades habituais, geralmente em 7-14 dias. Além disso, há menor risco de infecção de ferida, menor agressão à parede abdominal e maior satisfação do paciente com o processo cirúrgico como um todo”, diz.
Segundo o Dr. Arthur Rodrigues, a cirurgia robótica tem ampliado as possibilidades de tratamento para casos mais complexos de câncer de próstata de forma significativa, sobretudo para pacientes com obesidade, próstata volumosa, doença localmente avançada e cirurgias pélvicas prévias.
“Além disso, tem sido integrada a protocolos de cirurgia de resgate pós-radioterapia, onde a dissecção delicada é crucial para evitar complicações maiores”, acrescenta.
Necessidade de especialização
De acordo com o especialista, um urologista precisa dominar habilidades específicas para realizar procedimentos robóticos com excelência, mas a curva de aprendizado pode ser mais rápida do que o aprendizado para a laparoscopia convencional. Dr. Arthur Rodrigues lista alguns conhecimentos principais:
- Anatomia tridimensional detalhada (pelve, retroperitônio, vasos);
- Técnicas de dissecção e hemostasia finas;
- Uso de energia, grampeadores e anastomoses robóticas;
- Treinamento simuladores;
- Cirurgias supervisionadas em centros de excelência;
- Desenvolvimento de raciocínio intraoperatório e gestão de complicações.
“Estima-se que após 20 a 40 casos de prostatectomia robótica, o cirurgião atinja um platô técnico aceitável, mas a excelência vem com volume e refinamento contínuo”, considera.
Cirurgia robótica no Brasil
Dr. Arthur Rodrigues ressalta que o acesso à cirurgia robótica tem evoluído no Brasil. “Temos mais de 120 sistemas robóticos ativos. No entanto, ainda há desafios como custo da plataforma e dos insumos, capacitação de equipes multidisciplinares e incorporação nos sistemas de saúde suplementar e público e, além da desigualdade regional no acesso”, alerta.
Na visão do urologista, a tendência é que novos players de mercado, como plataformas robóticas concorrentes e tecnologias de menor custo promovam maior democratização da cirurgia robótica.
“Em breve, veremos a integração de IA, cirurgia remota, navegação 3D, imagens de fluorescência intraoperatória e dados em tempo real que irão transformar a prática cirúrgica”, conclui.
Para mais informações, basta acessar: http://drarthurrodrigues.com.br