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A logística hospitalar e laboratorial envolve o planejamento, o controle e a execução do fluxo de materiais, insumos e amostras biológicas entre unidades de saúde, laboratórios e centros de distribuição. O processo exige precisão e rastreabilidade para garantir a integridade dos itens transportados e a continuidade da assistência.
Com diferentes exigências de tempo, temperatura e segurança, essa logística opera sob protocolos rigorosos e enfrenta desafios como a multiplicidade de rotas, a dispersão geográfica das unidades e a necessidade de resposta rápida. O avanço da demanda por exames e atendimentos intensifica a busca por soluções que aumentem a eficiência operacional.
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Talyson Olivetto, gerente de Supply Chain e especialista em gestão de cadeia de suprimentos e logística, pontua que a pandemia de COVID-19 evidenciou fragilidades no sistema logístico da saúde e acelerou a implementação de soluções inovadoras.
“A transformação digital, especialmente a inteligência artificial (IA), não é mais uma opção, é uma necessidade estratégica. A lentidão dos processos convencionais compromete o atendimento, eleva custos e gera insatisfação, enquanto as tecnologias fortalecem a rede de saúde, ampliando o trabalho das equipes na linha de frente, sem substituí-lo”, afirma o especialista.
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Automações da cadeia de suprimentos
A IA otimiza a cadeia de suprimentos ao auxiliar na previsão de demanda, gestão de estoque e otimização logística usando análise preditiva e machine learning, segundo estudo publicado na U.S. National Library of Medicine. A análise aponta que o uso da tecnologia resulta na redução de custos e de desperdício, e em uma cadeia de suprimentos mais robusta e responsiva.
A IA está provocando uma transformação significativa no setor de saúde, especialmente em hospitais e laboratórios. Um mapeamento promovido pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) e Associação Brasileira de Startups de Saúde (ABSS), noticiado pelo portal Medicina S.A., constatou que 62,5% dos hospitais privados participantes já usam a tecnologia, direcionada para diferentes fins.
Segundo Olivetto, seu uso vai desde a automatização de processos até a análise de grandes volumes de dados, promovendo redução de custos, ganhos em eficiência operacional e elevação da qualidade do atendimento.
“A IA já é uma realidade crescente na logística hospitalar e laboratorial, com impacto comprovado em eficiência, custos e resultados clínicos. A tendência é de adoção ainda mais ampla nos próximos anos, especialmente à medida que as instituições amadurecem seus processos internos e superam desafios de integração de sistemas e capacitação de equipes”, declara Olivetto.
O mesmo estudo internacional reforça que a otimização da cadeia de suprimentos com IA é fundamental para garantir a disponibilidade dos suprimentos médicos necessários, especialmente durante emergências internacionais de saúde.
Outra pesquisa, publicada pela revista Frontline Journals, indica que, além de aumentar o desempenho logístico, a tecnologia também gera impacto positivo nos resultados clínicos, ao permitir uma operação mais eficiente e responsiva às demandas assistenciais.
O especialista em gestão de cadeia de suprimentos ressalta que as ferramentas baseadas em IA também otimizam rotas, automatizam pedidos, preveem falhas em equipamentos e sugerem ações preventivas em tempo real.
“Tudo isso resulta em mais agilidade na tomada de decisões em ambientes de alta pressão. A IA é o catalisador silencioso da revolução logística, e em um país onde a logística de saúde é um dos pilares do sistema hospitalar, esses ganhos são inegociáveis”, evidencia.
Uso de drones podem ampliar acesso e reduzir custos operacionais
Os drones também têm desempenhado um papel crescente na logística de coleta e entrega para hospitais, centros de análises clínicas e laboratórios, pela oferta de maior segurança, eficiência e rapidez, especialmente em situações de emergência ou em áreas de difícil acesso.
Um estudo brasileiro, feito durante a pandemia, analisou que o uso regular de drones pode aumentar em mais de 90% a disponibilidade de vacinas e reduzir os custos operacionais em até 19%, especialmente em regiões de difícil acesso. O modelo testado mostrou vantagens em relação à velocidade, autonomia de voo e impacto ambiental quando comparado a veículos terrestres.
O gerente de Supply Chain esclarece que os drones podem ser indicados para transportar pequenos itens urgentes, como bolsas de sangue, remédios, desfibriladores, inaladores e vacinas, com habilidade de superar limitações da infraestrutura tradicional e condições climáticas adversas. Segundo ele, no Brasil, empresas já testam a tecnologia em busca de agilidade, segurança e manutenção da integridade e temperatura dos produtos.
“A utilização de drones para entregas críticas já deixou de ser uma aposta futurista, eles podem reduzir significativamente o tempo de entrega de medicamentos e amostras, especialmente em áreas remotas ou de difícil acesso e em cidades com tráfego intenso, gerando também economia de combustível e redução nas emissões de carbono”, destaca Olivetto.
Para o especialista, a aplicação de IA e drones podem promover avanços em áreas como previsão de demanda, controle de inventário e transporte emergencial, resultando em otimização do tempo, precisão no abastecimento e redução de perdas por vencimento de produtos.
“O futuro da logística hospitalar não está em grandes depósitos ou frotas terrestres, mas em decisões baseadas em dados, entregas aéreas inteligentes e visibilidade total da cadeia de suprimentos. Para salvar mais vidas, evitar desperdícios e garantir eficiência, é preciso integrar de forma definitiva essas tecnologias ao nosso sistema de saúde”, sugere Talyson Olivetto.
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