04 de agosto, 2025

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Tarifaço: CEO da FX4 Agro avalia taxação da carne brasileira

Tarifaço: CEO da FX4 Agro avalia taxação da carne brasileira

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A decisão dos Estados Unidos de impor uma taxação de 50% sobre a importação de carne bovina brasileira alterou o cenário das exportações do setor. A medida, anunciada pelo presidente Donald Trump, pode elevar a carga tributária total para cerca de 76,4%, somando os 26,4% já existentes.

Com o Brasil respondendo por cerca de 23% das importações de carne bovina dos EUA, segundo informações da Genial Investimentos divulgadas pela Forbes, a nova tarifa impacta diretamente frigoríficos, confinamentos e produtores rurais, que agora enfrentam um período de forte instabilidade.

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De acordo com o pecuarista e CEO da FX4 AGRO, Lutz Brito, a nova tarifa eleva a carga tributária de forma expressiva, tornando praticamente inviável a exportação para o mercado americano. “Muitos frigoríficos já interromperam as vendas e estão aguardando uma solução para a nova situação”, afirma.

Segundo Brito, os efeitos vão além da interrupção dos embarques. “A medida pode prejudicar contratos assinados e gerar um prejuízo financeiro significativo para as indústrias brasileiras. A alta tarifa afeta diretamente não só o comércio, mas também a produção e a cadeia do agronegócio no Brasil”, alerta.

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Diante do impasse, o empresário explica que empresas do setor já devem adotar estratégias emergenciais para enfrentar o novo desafio, como a diversificação de mercados, ajustes na produção e ações de lobby junto ao governo brasileiro.

“Frigoríficos estão reavaliando seus canais comerciais e direcionando os esforços para países com maior viabilidade tributária, como China, México, União Europeia, Indonésia e Emirados Árabes Unidos. Além disso, o ritmo de abate de gado vem sendo reduzido para evitar superoferta no mercado interno, que poderia pressionar os preços para baixo”, avalia o CEO.

Há também iniciativas voltadas para inovação e eficiência produtiva, como o uso de tecnologias para melhoria de processos e o investimento em sistemas de rastreabilidade. Esse movimento, segundo Brito, visa “compensar as perdas de receita e aumentar a competitividade da carne brasileira em mercados alternativos”.

Entidades setoriais e associações ligadas à indústria da carne intensificaram o diálogo com autoridades brasileiras e norte-americanas na tentativa de reverter ou ao menos mitigar os efeitos da taxação.

O pecuarista afirma que representantes do setor também estão atuando em frentes diplomáticas, buscando interlocução com o governo norte-americano para apresentar dados sobre o impacto da medida na economia brasileira e na relação comercial entre os dois países.

“Além da busca por novos destinos internacionais para a carne brasileira, há uma forte movimentação para fortalecer as vendas no mercado interno. Campanhas publicitárias, parcerias com redes varejistas e melhoria na distribuição fazem parte das estratégias dos frigoríficos para ampliar o consumo nacional”, reforça.

Outra frente de atuação é a diferenciação de produtos e certificações. Brito ressalta que a FX4 AGRO tem apostado na produção de carnes premium, com cortes especiais voltados para consumidores exigentes, e na obtenção de certificações internacionais de qualidade e bem-estar animal. “Também estamos desenvolvendo iniciativas de sustentabilidade para redução de pegada de carbono e aprimoramento da gestão rural”, informa.

De acordo com o executivo, a rastreabilidade é outra funcionalidade explorada pela empresa. Com sistemas que permitem ao consumidor acompanhar toda a cadeia produtiva da carne, a companhia busca aumentar a transparência e conquistar mercados que exigem rigor sanitário e ambiental.

“Mais do que nunca, é preciso união entre os elos da cadeia produtiva, inovação constante e estratégia bem definida. A indústria precisa se manter resiliente e preparada para mudanças abruptas como essa”, conclui o CEO.

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