Anúncios
O Brasil enfrenta uma verdadeira epidemia de golpes digitais, com uma tentativa de fraude a cada 2,5 segundos, segundo levantamento do Serasa. Em novembro de 2024, foram registradas mais de 1 milhão de tentativas de fraudes financeiras, representando um aumento de 14,2% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Entre os métodos mais sofisticados utilizados pelos criminosos está o chamado “golpe da falsa central bancária”. De acordo com reportagens da CNN Brasil e do G1, operações policiais recentes prenderam nove suspeitos em São Paulo e outros 16 em Minas Gerais. As investigações revelam uma estrutura criminosa profissional, que utiliza engenharia social, dados sigilosos e representações falsas para enganar correntistas.
Anúncios
A advogada especialista, Dra. Brunna Simon Vecchi, criadora da marca ‘Dra. Cai no Golpe’, com atuação exclusiva em casos de golpes, fraudes e recuperação de valores, ressalta a evolução dessas práticas criminosas e destaca como o Judiciário pode contribuir para proteger e ressarcir as vítimas.
Segundo a especialista, “o aumento das fraudes digitais, especialmente o golpe da falsa central, tem atingido vítimas em todo o país. É um crime que pode afetar qualquer pessoa”, afirma.
Anúncios
Como funciona o golpe da falsa central
O Golpe da Falsa Central começa com uma ligação telefônica, muitas vezes originada de números que imitam os canais oficiais do banco. O atendente — na verdade, um golpista — se apresenta com linguagem técnica e tom institucional. Alega movimentações suspeitas na conta e sugere uma ação emergencial.
A partir daí, os criminosos instruem a vítima a instalar aplicativos, repassar senhas, fornecer códigos recebidos por SMS e até realizar transferências para contas “de segurança”, que pertencem aos próprios golpistas. A sensação de estar falando com um atendente real é reforçada pela precisão dos dados utilizados, como número da agência, limite de crédito e movimentações recentes.
Segundo a advogada especialista em fraudes, “a estratégia de engenharia social aplicada nesses casos é tão sofisticada que a vítima acredita estar tomando medidas de proteção, quando, na verdade, está sendo conduzida a entregar seu próprio dinheiro”, destaca. Em seguida, os criminosos orientam a vítima a instalar aplicativos, fornecer senhas, códigos recebidos por SMS e até realizar transferências para contas de “segurança”, que pertencem aos próprios golpistas. “O atendente se apresenta com linguagem técnica, tom institucional e afirma haver movimentações suspeitas na conta da vítima, recomendando ações urgentes”, explica a Dra. Brunna Vecchi.
Ainda de acordo com a advogada, muitos golpistas utilizam dados reais e sigilosos da vítima. Contudo, “não é porque a pessoa digitou a senha que tudo está perdido. Em muitos casos, conseguimos demonstrar na Justiça que houve manipulação e falhas na segurança do banco”, afirma.
O que fazer após cair no golpe
Apesar da complexidade dos golpes e do impacto emocional causado, especialistas destacam que existem medidas imediatas que podem ser tomadas. O primeiro passo é acionar o banco para contestar as transações e registrar um boletim de ocorrência, que pode ser feito on-line. A profissional recomenda tentar contato com o banco que recebeu os valores transferidos, solicitando o bloqueio da conta de destino para tentar reaver o dinheiro antes que seja sacado.
A advogada especialista em golpes da falsa central destaca que, em casos que envolvem fraudes bancárias, é frequente que as instituições financeiras aleguem que as transações foram autorizadas pela própria pessoa titular da conta. Porém, segundo a Dra. Brunna, “a Justiça tem reconhecido que, diante de falhas nos mecanismos de segurança, a responsabilidade do banco pode ser reconhecida”.
Quando é possível recuperar o dinheiro perdido em um golpe?
A viabilidade da recuperação dos valores depende de uma análise detalhada. Conforme a especialista, “cada caso é único, mas existem situações em que a responsabilidade do banco é clara e viável para ação judicial”, explica.
Um dos principais fatores avaliados é se a movimentação feita durante o golpe condiz com o padrão histórico do cliente. “Uma dica importante é observar se a transação feita durante o golpe é fora do comum: valores altos, horários estranhos ou contas desconhecidas. Se isso acontecer e o banco não agir para bloquear ou alertar, ele pode ser responsabilizado — e esse é um entendimento já consolidado nos tribunais”, explica a advogada. A advogada afirma que a ideia de que “digitou a senha, perdeu o dinheiro” é equivocada. O que conta é o contexto da fraude e a falha nos mecanismos de segurança.
Como identificar o golpe da falsa central
Com a sofisticação dos golpes digitais, reconhecer sinais de fraude é fundamental para evitar prejuízos. A advogada especialista em golpes alerta: “Hoje, qualquer um pode ser alvo. É importante desconfiar de qualquer contato inesperado, mesmo que pareça ser do banco. Recebeu ligação? Desligue e retorne pelos canais oficiais”. Abaixo, a especialista lista os principais sinais de alerta:
- Ligações que simulam o número do banco ou da agência;
- Solicitação de códigos por telefone ou SMS;
- Pressão para agir rápido, com supostos riscos à conta;
- Contatos que pedem transferência para conta de ‘segurança’.
“Com atenção redobrada e orientação correta, é possível evitar prejuízos e se proteger desse tipo de crime. O importante é agir com calma, nunca ceder à pressão e buscar sempre os canais oficiais do banco”, reforça a especialista. A criadora da marca ‘Dra. Cai no Golpe’, ressalta que cada situação deve ser analisada individualmente, considerando como o golpe ocorreu, o comportamento da instituição financeira e os caminhos legais disponíveis, “Cada caso é único, e é justamente por isso que a resposta deve ser personalizada, estratégica e conduzida por um profissional com experiência em casos de golpes”, afirma.
A Dra. Brunna Vecchi ressalta a urgência da criação de delegacias especializadas em golpes digitais, com estrutura para investigar e combater esse tipo de delito. “É necessária a criação de delegacias que compreendam a dinâmica dessas fraudes e consigam agir de forma coordenada e efetiva contra os golpes. Só assim será possível conter o avanço desse tipo de crime, que já se tornou uma epidemia digital no país”, conclui.