17 de setembro, 2025

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Tarifaço de Trump atinge exportações brasileiras e acelera adoção de tecnologia

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O aumento de tarifas dos Estados Unidos contra produtos brasileiros, conhecido como “tarifaço” do governo Donald Trump, tornou-se um dos principais pontos de tensão no cenário econômico de 2025. A medida, em vigor desde agosto, aplica uma taxa de 50% sobre quase todos os itens exportados pelo Brasil, afetando 35,9% do valor enviado ao mercado norte-americano, o equivalente a 4% de toda a pauta externa do país.

Alguns setores ficaram de fora, como aviões da Embraer, suco de laranja, fertilizantes e minério de ferro. No entanto, produtos como café e frutas tropicais foram diretamente atingidos. No caso do café, o impacto foi imediato: agosto registrou aumento recorde nos preços ao consumidor nos Estados Unidos.

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O governo federal respondeu com o acionamento da Organização Mundial do Comércio (OMC) e o lançamento do programa Brasil Soberano, que prevê R$ 30 bilhões em créditos para exportadores, adiamento de impostos e novos instrumentos de seguro.

“O tarifaço ocorre em um cenário internacional de instabilidade. Além dos conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio, há tensões na América Latina e incertezas em relação às políticas comerciais dos Estados Unidos com Índia e China. No Brasil, fatores internos também pressionam as empresas: a taxa Selic em 15% encarece o crédito, enquanto plataformas digitais aumentaram custos de publicidade, dificultando investimentos em marketing e inovação”, contextualiza Fernando Moulin, partner da sponsorb e especialista em transformação digital.

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Moulin complementa que o momento exige pragmatismo por parte das empresas, pois “as corporações brasileiras têm se voltado para o que chamam de ‘fazer o básico bem feito’. Isso significa fortalecer o relacionamento com os clientes atuais, monetizar a base existente e integrar canais digitais e físicos de forma mais eficiente”.

O especialista também destaca programas de CRM e fidelização e estratégias omnichannel são cada vez mais relevantes, especialmente em momentos de crise. “Em vez de apostar apenas no crescimento via exportação, muitas empresas estão olhando para dentro e buscando fidelizar o consumidor local, que mesmo pressionado pela inflação e pelos juros elevados continua consumindo, mas de forma mais seletiva”, afirma.

Outro movimento observado é o avanço da tecnologia como ferramenta de resiliência. Fernando explica que inteligência artificial e a automação já deixam de ser apenas tendência e se tornam diferenciais competitivos. Elas ajudam a personalizar ofertas em escala, reduzir custos e aumentar a assertividade na tomada de decisão.

Para Moulin, o tarifaço evidencia a vulnerabilidade das economias emergentes diante de decisões unilaterais de grandes potências. “Esse episódio simboliza a lógica de uma nova ‘Guerra Fria 2.0’, em que medidas protecionistas tendem a ser mais frequentes. Ao mesmo tempo, ele serve como catalisador para que empresas brasileiras diversifiquem seus mercados e se tornem menos dependentes de um único parceiro comercial”, conclui.

Apesar do ambiente de incertezas, especialistas apontam que o consumo interno deve seguir ativo, ainda que mais sensível a preços e crédito caro. Nesse contexto, a recomendação é que empresas ajustem portfólio, invistam em tecnologia e reforcem o relacionamento com clientes para atravessar a turbulência sem perder competitividade.

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