24 de junho, 2025

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Especialista destaca uso de bebês reborn como ferramentas indispensáveis em aula

Especialista destaca uso de bebês reborn como ferramentas indispensáveis em aula

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O uso de bebês reborn em contextos educativos e terapêuticos tem se revelado uma tendência crescente no Brasil e no exterior. Segundo reportagem recente da revista americana People, o interesse por esses bonecos hiper‑realistas aumentou significativamente, chegando a valores de até US$ 5.000 por unidade e com vendas médias de 60 unidades por dia em sites especializados. Esse fenômeno confirma a adoção dos reborns não apenas como colecionáveis, mas também como recursos emocionais e pedagógicos.

O toque terapêutico

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Conforme explica Emilie St-Hilaire na sua tese Facets of the Reborn Doll Phenomenon: Non-reproductive Motherhood, Synthetic Relationships, Performance, Community, and Self-care, mais do que meros artigos de coleção, os bebês reborn desvendam um universo de benefícios práticos e emocionais, eles tem efeito terapêutico para pacientes com demência, Alzheimer, ansiedade e depressão.

Entre seus benefícios, a autora aponta que “passar tempo com um companheiro, mesmo sintético, pode reduzir sentimentos de solidão por meio do toque e da simples presença de uma figura humana”. 

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Para além disso, St-Hilaire expõe que as comunidades criadas ao redor de bebês reborn proporciona aceitação e validação para os indivíduos envolvidos.

Desmistificando o preconceito: o verdadeiro problema não está nos bebês reborn

A popularização dos bebês reborn tem gerado debates públicos e reações diversas. Em um caso noticiado recentemente, um adulto agrediu uma criança após supostamente confundi-la com uma boneca reborn. Especialistas em comportamento humano e psicologia apontam que situações como essa podem estar relacionadas a dificuldades cognitivas específicas, como a distinção entre objetos reais e simulados, embora tais ocorrências sejam consideradas raras. A psicóloga Ana Cristina Rodrigues de Vasconcellos destaca que, em casos extremos, pode haver confusão entre fantasia e realidade, exigindo acompanhamento psicológico e psiquiátrico

Culpabilizar e estigmatizar aqueles que encontram valor e conforto nos bebês reborn é desviar o foco do verdadeiro problema. O preconceito, muitas vezes alimentado por narrativas sensacionalistas e julgamentos superficiais, obscurece a importância e os múltiplos benefícios que essas ferramentas podem oferecer. É um reflexo de uma sociedade que, por vezes, tem dificuldade em lidar com o diferente, com aquilo que desafia as convenções.

É crucial olhar para além da aparência e reconhecer o propósito e o impacto positivo que os bebês reborn têm na vida de muitas pessoas, seja no enfrentamento do luto, na preparação para a parentalidade ou no simples ato de oferecer carinho e companhia. O problema não está no boneco, mas na forma como a sociedade o percebe e julga aqueles que o acolhem.

A revolução na educação parental: o olhar de uma especialista

No meu trabalho os bebês reborn não são apenas ferramentas; são catalisadores de uma revolução na forma como a preparação parental é conduzida. Em minhas mãos, os bebês reborns transformam aulas e consultorias que ofereço em experiências imersivas e práticas, algo que nenhum material didático ou teórico seria capaz de replicar com a mesma eficácia. 

Durante as sessões, futuros pais e mães têm a oportunidade de aprender e praticar cuidados com recém-nascidos, em um ambiente seguro e acolhedor. Essa prática “hands-on” é um divisor de águas. Ela não apenas alivia a ansiedade natural que acompanha a expectativa da chegada de um bebê, mas, acima de tudo, capacita os futuros pais com as habilidades e a confiança indispensáveis para cuidar de seus próprios filhos. A realidade tátil e visual que os reborns proporcionam torna o aprendizado não só mais eficaz, mas profundamente memorável, preparando-os de forma abrangente para os desafios e, principalmente, para as imensas alegrias da parentalidade.

Bebês reborn são ferramentas de valor com funções emocionais e práticas

A discussão em torno dos bebês reborn não deveria se centrar em um simplista “bom” ou “ruim”, mas sim em uma reflexão mais profunda sobre a origem do preconceito e da incompreensão. O problema não reside na existência ou no uso desses bonecos, mas naqueles que se recusam a enxergar seu valor e suas múltiplas funções, tanto no âmbito emocional quanto no prático.

É fundamental reiterar que a capacidade de distinguir um bebê real de um bebê reborn é uma habilidade esperada de qualquer adulto com bom senso e um mínimo de contato com a realidade. Incidentes isolados de confusão não são um atestado da falha inerente aos bebês reborn, mas sim um triste reflexo de uma falha individual de discernimento. 

É tempo de desmistificar o preconceito, de olhar para além da superfície e reconhecer o potencial transformador que essa ferramenta poderosa tem para a educação, a terapia e o desenvolvimento de habilidades. Ao invés de estigmatizar, devemos abraçar o valor que eles oferecem, compreendendo que, em suas formas delicadas, os bebês reborn são pontes para a compreensão, a empatia e a preparação para a vida.

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