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A mielodisplasia, também conhecida como Síndrome Mielodisplástica (SMD), é uma doença da medula óssea caracterizada pela produção ineficaz de células sanguíneas. Com incidência crescente em razão do envelhecimento populacional, a condição afeta principalmente pessoas acima dos 70 anos.
“A medula óssea é a responsável pela fabricação dos glóbulos vermelhos (que transportam oxigênio), brancos (que combatem infecções) e plaquetas (que atuam na coagulação). Na mielodisplasia, a produção dessas células é deficiente, o que leva à anemia, infecções recorrentes e sangramentos frequentes. Os sintomas iniciais, muitas vezes inespecíficos, incluem cansaço excessivo, palidez, febre e manchas roxas na pele, o que dificulta o diagnóstico”, explica o hematologista Guilherme Muzzi.
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De acordo com uma publicação do ScienceDirect, houve um aumento de 117,8% nos diagnósticos de Síndrome Mielodisplásica (SMD) no Brasil, de 450 casos em 2014 para 980 casos em 2023. Em se tratando da distribuição por sexo, em 2023, 54,1% dos casos diagnosticados eram homens (530 casos) e 45,9% eram mulheres (450 casos). O diagnóstico precoce é fundamental para melhorar a qualidade de vida e retardar, ou até evitar a progressão para leucemia.
“Embora pouco conhecida, a mielodisplasia é uma condição grave, especialmente entre idosos. Por isso, é fundamental que pessoas nessa faixa etária fiquem atentas aos sinais e façam exames de sangue regulares. Quando identificada precocemente, a doença pode ser controlada e, em alguns casos, até curada com o transplante de medula”, alerta o hematologista.
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Muzzi destaca, ainda, que a identificação da doença é feita por meio de exames laboratoriais, como o hemograma, e de procedimentos específicos, como a biópsia da medula óssea. “O tratamento varia de acordo com a gravidade do caso e pode incluir transfusões de sangue, medicamentos imunomoduladores, agentes hipometilantes e, em casos selecionados, o transplante de medula óssea — única alternativa de cura para a mielodisplasia”, conclui.