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No mar de currículos a que recrutadores têm acesso durante as seleções, é preciso um olhar afiado para identificar os diferenciais dos candidatos, em processos cada vez mais desafiadores — 81% dos empregadores brasileiros relatam dificuldades na contratação, de acordo com pesquisa do ManpowerGroup. Os talentos, muitas vezes, também custam a identificar os próprios destaques. Por sorte, além das habilidades técnicas e interpessoais, as atenções estão se voltando para as mad skills, ou “habilidades incríveis”.
As mad skills são consideradas aptidões que vão além do ambiente corporativo, a partir de hobbies e outras atividades, como práticas de voluntariado, esportes e artesanato. Ficar atento a essas competências pode auxiliar o profissional — e o recrutador — a entender de que forma elas podem maximizar o desempenho no trabalho.
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“Muitas vezes, o candidato não enxerga suas atividades fora do escritório como algo a se valorizar na carreira, mas todos nós somos construídos por novas vivências e experiências pessoais, que tendem a refletir diretamente no mercado de trabalho”, explica Milve Inouye, Gerente de People & Culture no ManpowerGroup Brasil. “Hoje, com as redes sociais, como o LinkedIn, é possível fazer postagens que mostram um pouco das nossas mad skills, de maneira que os possíveis recrutadores e a rede de networking se atentem ao domínio dessas habilidades”, explica a especialista.
Para as empresas, as atividades em que o candidato se engaja fora do expediente ajudam a analisar e identificar perfis correspondentes às vagas em aberto. Para Milve, com base no conhecimento dos passatempos, as equipes de recursos humanos (RH) podem mensurar se o candidato está mais propenso a ter características como criatividade, facilidade com trabalho em equipe e liderança, por exemplo.
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“Entender como o profissional se relaciona com sua vida pessoal é uma forma de ampliar a compreensão sobre suas atitudes no ambiente de trabalho. Por isso, torna-se interessante identificar suas habilidades técnicas e socioemocionais, mas também as mad skills. Nesse processo, o olhar sobre o comportamento nos momentos de lazer funciona como um complemento, e não como um critério isolado de avaliação. Com esse mapeamento mais abrangente, aumentam as chances de construir PDIs mais objetivos e realizar contratações e promoções bem-sucedidas”, pontua.
Para identificar essas capacidades especiais e saber explorá-las, Milve recomenda uma autoanálise, considerando afazeres diários. Essa procura ainda pode detectar pontos de melhoria, que também se beneficiam de práticas consideradas extracurriculares. “Caso o profissional sinta necessário instigar seu espírito de liderança, por exemplo, é possível buscar atividades que afloram a tomada de decisões rápidas e trabalho em equipe, como a prática de esportes coletivos. Todas as skills, sejam hard, soft ou mad, podem ser desenvolvidas para impulsionar a carreira”, conclui.