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A gestão de condomínios residenciais e comerciais passa por uma transformação com o avanço da inteligência predial — conceito que incorpora dados, automação e planejamento estratégico à rotina do síndico. Diante de estruturas cada vez mais complexas, a administração predial exige uma atuação técnica e multidisciplinar, que se aproxima da lógica corporativa, considerando que o papel do síndico moderno envolve conhecimentos em áreas como administração, finanças, tecnologia e legislação.
A gestão condominial evoluiu de uma função predominantemente operacional para uma abordagem mais estratégica, em função da diversidade das demandas envolvidas — como controle financeiro, manutenção preventiva, segurança, sustentabilidade e relacionamento interpessoal. Segundo levantamento da Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (ABADI), a ausência de diálogo transparente entre síndicos e condôminos é uma das principais causas do aumento de inadimplência, o que reforça a necessidade de implementar metodologias orientadas por dados.
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A inteligência predial aplica tecnologias como sensores de monitoramento, plataformas de gestão integrada, inteligência artificial (IA) e análise de dados históricos para embasar decisões em tempo real. De acordo com o relatório da Mordor Intelligence, o mercado de sistemas de automação predial está estimado em USD 222,29 bilhões em 2025, com expectativa de alcançar USD 367,05 bilhões até 2030, evidenciando o crescimento e a importância dessas tecnologias. Além da economia, esses sistemas promovem maior previsibilidade orçamentária e apoiam a sustentabilidade da gestão patrimonial.
O funcionamento desse modelo baseia-se na coleta e no cruzamento de informações sobre a rotina do condomínio. Dados como consumo de energia, ciclos de manutenção, históricos de chamados técnicos e fluxo de caixa alimentam sistemas que auxiliam na análise de desempenho. A partir desses dados, decisões são tomadas com base em evidências concretas, ampliando o controle e reduzindo riscos operacionais.
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A empresa Kalatec, especializada em automação predial, afirma que a implementação de tecnologias inteligentes possibilita maior padronização de processos, redução de falhas e melhor aproveitamento da equipe operacional. Além disso, sensores integrados a sistemas de segurança aumentam a proteção dos ambientes e promovem práticas sustentáveis, com menor impacto ambiental.
Para que esse modelo funcione com eficácia, é necessário adotar uma cultura organizacional orientada por indicadores de desempenho. Cada decisão administrativa — desde a contratação de fornecedores até a execução de serviços — deve ser acompanhada por metas e relatórios de resultado. De acordo com artigo publicado no portal Administradores.com, a capacitação do síndico é fator decisivo para uma gestão eficiente, principalmente em condomínios de médio e grande porte, onde o volume de demandas exige profissionalização.
O uso de inteligência predial ainda é considerado emergente no Brasil, mas apresenta potencial de crescimento. A consultoria McKinsey & Company aponta que o setor de facilities e gestão patrimonial tende a ampliar o uso de tecnologias preditivas e automação nos próximos anos. No contexto da segurança, soluções como portaria remota e controle de acesso automatizado têm ganhado adesão. Segundo a empresa Coretec, a implementação da portaria virtual pode reduzir em até 70% os custos gerais e de folha de pagamento, além de ampliar o controle de acessos e registros em tempo real.