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O consumo de substâncias psicoativas entre adolescentes e jovens adultos tem se tornado uma preocupação crescente no Brasil. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que a experimentação ou exposição ao uso de drogas entre jovens de 13 a 17 anos subiu de 8,2% em 2009 para 12,1% em 2019.
Esse aumento é acompanhado por uma escalada nos atendimentos relacionados a transtornos mentais e comportamentais causados pelo uso de álcool e outras drogas. Segundo informações do Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 400,3 mil atendimentos em 2021, um crescimento de 12% em relação ao ano anterior. A faixa etária entre 25 e 29 anos somou 303,7 mil registros e, em segundo lugar, a fatia de 10 a 24 anos respondeu por 49,4 mil desses registros.
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Especialistas em saúde apontam que o fenômeno pode estar ligado a uma combinação de fatores sociais, emocionais e tecnológicos. Para o psiquiatra Dr. Maurício Horiguela, especialista em dependência química na Clínica de Recuperação Jequitibá, a pressão acadêmica, a instabilidade emocional, o isolamento social e a busca por identidade são elementos que contribuem diretamente para o aumento do uso de substâncias entre os jovens.
“A maior disponibilidade de entorpecentes e a distribuição digital dessas substâncias facilita o acesso, além de estimular o consumo”, afirma.
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A psicóloga Marcela Abrahão, coordenadora de tratamentos da clínica, reforça que as redes sociais têm um papel relevante nesse cenário. “Algumas páginas ou influenciadores glamourizam o uso. Além disso, o fácil acesso e o anonimato estimulam o consumo impulsivo”, alerta.
Segundo ela, a exposição constante a conteúdos que normalizam ou romantizam o uso de drogas e álcool pode influenciar comportamentos, especialmente em fases de desenvolvimento em que a busca por pertencimento e identidade é intensa.
De acordo com o psiquiatra, o uso contínuo de substâncias psicoativas também pode comprometer funções cognitivas e emocionais em formação. “Afetam a maturação cerebral, memória, atenção e regulação emocional, elevando o risco de dependência precoce”, explica.
Esses impactos, segundo ele, se refletem em diversas áreas da vida dos jovens, como no desempenho escolar, nas relações sociais e familiares e na quebra de vínculos afetivos saudáveis.
Além dos prejuízos imediatos, a psicóloga afirma que o uso abusivo também pode desencadear ou agravar transtornos mentais. “O uso prolongado pode levar a casos de depressão e ansiedade, Transtorno por Uso de Substância (TUS) e agravar desordens de humor em desenvolvimento”, alerta Abrahão. O TUS é caracterizado pela perda de controle sobre o consumo, com consequências significativas para a saúde física e mental.
A prevenção, conforme explica a coordenadora de tratamentos, passa por estratégias integradas que envolvem educação, acolhimento e alternativas saudáveis.
“Psicoeducação, fortalecimento de habilidades socioemocionais e promoção de atividades alternativas com propósito, como esportes, arte ou voluntariado, são fundamentais”, aponta Abrahão. No entanto, a abordagem preventiva deve considerar o contexto social e emocional dos jovens, oferecendo suporte e espaços de escuta.
Na Clínica Jequitibá, por exemplo, o tratamento para jovens com suspeita ou confirmação de TUS envolve uma abordagem multidisciplinar. “Realizamos avaliação completa, programação de terapia familiar, psicoeducação adaptada a jovens, além de acompanhamento psiquiátrico e psicossocial contínuo”, detalha a psicóloga. O objetivo, segundo ela, é promover a recuperação integral, respeitando as especificidades da faixa etária e fortalecendo os vínculos familiares e sociais.
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