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A presença de mercados autônomos no Brasil ultrapassou os limites dos condomínios residenciais e começa a ocupar bairros e vias públicas. Essa transformação está diretamente relacionada à mudança nos hábitos de consumo, ao avanço de tecnologias de autoatendimento e à busca por operações mais enxutas e contínuas no setor varejista.
O empreendedor Ivan Damha atua nesse setor desde a fase inicial de popularização das lojas inteligentes em condomínios. Com mais de 100 unidades implementadas em diferentes cidades, ele estruturou uma operação baseada em gestão remota, funcionamento ininterrupto e uso intensivo de tecnologias embarcadas. O modelo serviu como base para a criação da rede de franquias Pegue Aki, que pretende levar esse formato também para ruas, avenidas e centros comerciais.
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“Com a evolução da tecnologia, conseguimos viabilizar uma operação completamente automatizada, mesmo fora dos condomínios, visando levar conveniência para diferentes regiões da cidade”, explica Damha.
Segundo ele, a loja autônoma é especialmente eficaz em locais com baixa densidade de comércio ou onde os custos operacionais do varejo tradicional inviabilizam a manutenção de equipe presencial. “A estrutura é simples, escalável e validada. Permite que o franqueado atue com controle total via aplicativo, com baixo custo fixo e sem filas para o cliente”, completa.
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As tecnologias utilizadas nas smart stores incluem sensores, sistemas de reconhecimento por vídeo, pagamento via aplicativo e controle de estoque por inteligência artificial (IA). De acordo com dados da NVIDIA, essas soluções aumentam a eficiência da operação e permitem oferecer experiências personalizadas com base em dados de comportamento do consumidor.
A mesma tendência é observada por grandes players globais, segundo reportagem da TechTarget. O texto destaca que o varejo autônomo tem sido uma alternativa eficaz para reduzir custos operacionais e oferecer experiências de compra adaptadas, principalmente em áreas com escassez de mão de obra.
Dados da Fortune Business Insights apontam que o mercado global de automação no varejo deve crescer de US$ 24 bilhões em 2022 para mais de US$ 64 bilhões até 2030. A taxa média anual de crescimento projetada é de 12,9%, impulsionada pelo avanço de tecnologias como inteligência artificial, sensores e visão computacional. A América Latina aparece como um mercado emergente, com destaque para o Brasil.
Para Damha, o crescimento do varejo autônomo representa mais do que uma modernização de processos. “Estamos falando de uma nova lógica de consumo, baseada em autonomia, velocidade e descentralização. Esse modelo pode funcionar em qualquer local com circulação regular de pessoas — seja em bairros, rodoviárias, hospitais ou pequenas cidades”, conclui.
Ainda segundo os dados da Fortune Business Insights, a expansão das lojas autônomas para vias públicas sinaliza o início de uma nova fase no varejo mundial. Combinando conveniência, inteligência operacional e adaptabilidade, o modelo tende a ganhar protagonismo em regiões urbanas e periféricas, acompanhando a evolução dos hábitos de compra da população.