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O Brasil segue entre os protagonistas globais em procedimentos estéticos. Segundo o relatório mais recente da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS), foram realizados 3.381.551 procedimentos estéticos no país em 2023. Desse total, 2.185.038 foram cirurgias plásticas — número que posiciona o Brasil como líder mundial em intervenções cirúrgicas com fins estéticos.
Com a alta demanda por procedimentos como lipoaspiração, abdominoplastia, mamoplastia e ritidoplastia, cresce também a procura por recursos complementares que favoreçam uma recuperação segura, confortável e eficiente. Nesse cenário, a fisioterapia pós-operatória tem ganhado espaço como um importante apoio terapêutico.
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Para a fisioterapeuta Camila Neves Silva, com formação na área e especializações em terapia intensiva, estética corporal avançada, pós-operatório estético, pré e pós-parto, o acompanhamento fisioterapêutico pode fazer diferença significativa nos resultados da cirurgia e na qualidade de vida do paciente durante a reabilitação.
“O pós-operatório não se limita apenas ao repouso. É um período que exige atenção aos sinais do corpo, acompanhamento adequado e estímulos corretos. A fisioterapia ajuda a controlar o inchaço, prevenir fibroses, melhorar a circulação e promover uma cicatrização mais harmônica”, explica.
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Entre os procedimentos utilizados nos atendimentos, Camila menciona a drenagem linfática manual, a liberação de tecidos aderidos, a avaliação das órteses (como cintas e faixas), taping funcional e alongamentos suaves.
“Cada caso exige uma abordagem diferente. O primeiro passo é fazer uma avaliação ampla, observando a cirurgia realizada, o tempo decorrido desde o procedimento, o estado da pele, a resposta do organismo e a presença ou não de complicações. A partir disso, montamos um plano terapêutico ajustado à realidade de cada paciente”, detalha.
Segundo Camila, uma das queixas mais comuns no pós-operatório é a sensação de rigidez nos tecidos e o acúmulo de líquidos, que podem gerar desconforto e atrapalhar a cicatrização.
“A drenagem bem feita auxilia na reabsorção de líquidos e na redução de edemas, diminuindo a sensação de peso e promovendo alívio rápido. Já o taping pode ser usado com a finalidade de promover redução de inchaço, diminuição nos hematomas equimoses, e pode aliviar a dor e acelerar a recuperação”, afirma.
Outra área de atenção são as fibroses do pós-operatório, que é uma formação excessiva de tecido cicatricial que podem surgir como resposta natural do corpo. Camila ressalta que o acompanhamento precoce é fundamental para evitar ou minimizar esses quadros.
“Se não tratadas logo no início, as fibroses podem comprometer o resultado estético da cirurgia e causar desconforto. Utilizamos técnicas manuais específicas e, quando necessário, aparelhos complementares para romper essas aderências com segurança”, explica.
A fisioterapeuta também chama atenção para a importância de integrar o atendimento à equipe médica e às recomendações do cirurgião responsável.
“Trabalhar em conjunto com os médicos é essencial. O fisioterapeuta precisa respeitar os limites impostos pelo procedimento, os prazos indicados para liberação de técnicas e manter o diálogo com o paciente sempre baseado na escuta e na orientação técnica.”
Camila destaca ainda que a busca por cuidados pós-operatórios não se restringe apenas à questão estética, mas também ao bem-estar físico e emocional de quem passou por uma cirurgia.
“Muitos pacientes chegam inseguros, com medo de fazer algo errado ou de prejudicar o resultado da cirurgia. O atendimento fisioterapêutico oferece acolhimento, segurança e orientação, ajudando a pessoa a se reconectar com o próprio corpo durante esse processo de transformação”, conclui.