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A entrada em vigor da Resolução da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nº 214/24, em março de 2025, marca um novo capítulo na consolidação dos Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas do Agronegócio (Fiagros) como um dos instrumentos mais estratégicos de alocação de capital no agronegócio brasileiro.
Criados em 2021, os Fiagros passaram por um período de maturação até atingirem a estrutura definitiva que hoje busca oferecer maior segurança jurídica e flexibilidade para investidores e gestores. Segundo especialistas, o novo marco regulatório representa uma virada de chave para a expansão da indústria.
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"Com a nova resolução, os Fiagros ganham um ambiente regulatório robusto e mais moderno. É um passo essencial para ampliar o acesso do mercado de capitais ao agronegócio, um dos setores mais dinâmicos e resilientes da nossa economia", afirma o sócio e diretor da Devant Asset Christiano Moreira, que é gestor do Fiagro DCRA11.
Nova geração de Fiagros traz diversificação e liberdade de alocação
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Uma das principais inovações da Resolução CVM nº 214/24 foi a criação do Fiagro Multimercado, que permite a combinação de diferentes classes de ativos vinculados à cadeia produtiva do agronegócio.
Na prática, os fundos poderão investir simultaneamente em créditos de carbono e CBIOs, direitos creditórios (CPRs e CRAs), imóveis rurais e urbanos, participações em empresas do setor e títulos de crédito privado, além de operações estruturadas com governança ESG.
"Essa flexibilidade oferece ao gestor condições de ajustar a carteira conforme o ciclo econômico e as necessidades do setor. É uma evolução natural, que torna o Fiagro ainda mais eficiente na diversificação de riscos e na geração de valor para os cotistas", explica Moreira.
Atratividade para pessoas físicas e investidores institucionais
Além da versatilidade, os Fiagros seguem oferecendo benefícios fiscais relevantes. Pessoas físicas continuam isentas do Imposto de Renda sobre os rendimentos distribuídos, o que tem estimulado o crescimento da base de investidores.
Para o público institucional, a Resolução do Conselho Monetário nacional (CMN) 5.148, de junho de 2024 abriu novas possibilidades ao autorizar fundos de pensão e investidores de longo prazo a alocar recursos em Fiagros e ativos sustentáveis.
"Estamos vendo uma convergência entre o mercado financeiro e o setor produtivo. A entrada dos investidores institucionais vai trazer escala e estabilidade para esse mercado, criando um círculo virtuoso de financiamento para o agro", observa o gestor.
Fiagros sustentáveis e a valorização do crédito de carbono
O avanço regulatório também posiciona os Fiagros no centro da agenda de sustentabilidade. A nova norma reconhece o crédito de carbono do agronegócio como ativo financeiro, permitindo a criação de fundos verdes voltados à mitigação de impactos ambientais.
"Essa mudança é simbólica: o agronegócio deixa de ser visto apenas como emissor e passa a ser reconhecido como parte ativa da solução climática. Os Fiagros verdes serão protagonistas nesse movimento", destaca Moreira.
Indústria em expansão
Segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima, o patrimônio líquido da indústria de Fiagros ultrapassou R$ 40 bilhões em 2024. Com a nova regulação em vigor e o prazo de adaptação até setembro de 2025, o mercado se prepara para uma nova onda de emissões e captação de recursos, especialmente com a entrada de novos players institucionais.
"Estamos apenas no começo de uma fase de crescimento acelerado. O Fiagro tem potencial para se tornar o principal elo entre o capital financeiro e o setor agroindustrial brasileiro", conclui Christiano Moreira.