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Para este ano, 71.730 homens devem ser diagnosticados com câncer de próstata no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Depois dos tumores de pele não melanoma, este é o tipo de câncer mais frequente entre os homens e um dos que mais impactam a população masculina. Diante dessa realidade, a Rede Total Care no Rio de Janeiro busca chamar a atenção para a importância do cuidado e do diagnóstico precoce ao longo de todo o mês, por meio da Campanha Novembro Azul.
O câncer de próstata é uma doença silenciosa e a principal medida de cuidado é a consulta anual com o urologista, fundamental para detectar precocemente qualquer alteração. O diretor de Urologia da Rede Total Care, Mauro Gasparoni, destaca que quanto mais cedo o câncer de próstata é identificado, maior a chance de cura e menor a agressividade do tratamento.
O principal desafio, segundo Gasparoni, é ampliar a percepção masculina sobre o cuidado com a própria saúde.
“O homem foi ensinado a ‘aguentar’ dor, sangramento na urina, dificuldade para urinar, disfunção sexual, e só procurar ajuda quando está grave, muitas vezes, por medo de descobrir algo que afete sua sexualidade. O resultado é ruim: quando finalmente chega ao consultório, já está com doença avançada e complicações que poderiam ter sido evitadas. Isso vale para o câncer de próstata, mas também para problemas de bexiga, rim, testículo e até infecção urinária”, alerta o especialista.
Mitos x verdades sobre a saúde do homem
Para ajudar a esclarecer dúvidas comuns e combater desinformações que ainda afastam muitos homens do consultório médico, o urologista Mauro Gasparoni, diretor de Urologia da Rede Total Care, respondeu a uma série de perguntas frequentes sobre prevenção, exames e cuidados com a saúde masculina. Confira o que é mito e o que é verdade:
Se o exame de PSA deu baixo, não é preciso fazer o toque retal.
Mito. O PSA é um exame de sangue importante, mas não é perfeito. Alguns tumores agressivos não elevam o PSA. O toque retal continua essencial, pois permite detectar nódulos suspeitos. Dependendo da idade, histórico familiar e cor da pele, muitas sociedades médicas recomendam avaliar PSA e exame físico em conjunto.
Homens têm menos infecções urinárias que as mulheres.
Verdade. As mulheres têm uretra mais curta, o que facilita a entrada de bactérias. No homem jovem, infecção urinária é rara e, quando ocorre, exige investigação de causas como próstata aumentada, cálculos urinários ou ISTs. Em idosos, especialmente com próstata aumentada, a incidência é maior.
Homens não contraem HPV.
Mito. Homens podem contrair e transmitir o HPV, além de desenvolver lesões genitais e cânceres de pênis, canal anal e orofaringe. A vacina do HPV também é indicada para meninos e deve ser vista como proteção à saúde masculina.
Todo homem com câncer de próstata ficará impotente.
Mito. A disfunção erétil pode ocorrer após cirurgia ou radioterapia, mas depende de fatores como idade, função sexual prévia, tamanho e localização do tumor e técnica cirúrgica utilizada. Hoje, técnicas de preservação de nervos e reabilitação sexual precoce ajudam muitos pacientes a manter ou recuperar a função erétil.
Homens negros têm mais risco de câncer de próstata.
Verdade. Homens negros têm maior risco de desenvolver câncer de próstata, com tumores mais agressivos e em idade mais precoce. Por isso, devem iniciar o rastreamento mais cedo. Trata-se também de uma questão de equidade em saúde.
Prática sexual sem uso de camisinha pode ser fator de risco para o câncer de pênis.
Verdade. O câncer de pênis está associado à higiene íntima inadequada, infecção por HPV e inflamação crônica. Relações desprotegidas aumentam o risco de ISTs. A higiene diária e o uso do preservativo são medidas simples e altamente eficazes.
Só é preciso ir ao médico quando há algum problema.
Mito. Essa mentalidade é o que leva ao diagnóstico tardio. A consulta preventiva anual com o urologista, a partir dos 45 ou 50 anos (ou antes, se houver fatores de risco), evita sofrimento e tratamentos mais complexos.
Fazer exercícios físicos evita que o câncer de próstata retorne.
Parcial – mais para verdade. A atividade física regular, o controle do peso e a alimentação equilibrada estão associados a menor risco de progressão e melhor sobrevida. O exercício melhora o metabolismo, a imunidade e a função hormonal. Não é garantia absoluta, mas auxilia o corpo a reagir melhor ao tratamento e à recuperação.