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Nos últimos anos, a revolução digital tem impulsionado mudanças em diversos setores da sociedade, e a educação é um dos campos mais impactados. Para se ter uma ideia, em torno de quatro a cada dez (40%) brasileiros revelaram que preferem o ensino híbrido – que combina as modalidades presencial e a distância, conforme um balanço da Consultoria Educa Insights a pedido do Google, noticiado pelo site Desafios da Educação.
Para Lhays Marinho, doutora em educação e supervisora pedagógica de grandes negócios da Jovens Gênios, o surgimento da Política Nacional de Educação Digital (PNED) no Brasil é um reflexo dessa transformação.
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“Esse novo marco regulatório visa preparar o país para os desafios e oportunidades da era digital, promovendo a inclusão virtual e o desenvolvimento de competências tecnológicas para todos os brasileiros”, afirma.
Segundo Marinho, para entender o que, de fato, muda com a implementação dessa política, é preciso compreender o contexto de sua aplicação.
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“A PNED surge em um cenário em que a educação global já está se adaptando ao avanço das tecnologias digitais”, pontua. “O Brasil, nos últimos anos, vinha mostrando sinais de que essa transformação era necessária, sobretudo com o impacto da pandemia de Covid-19, que escancarou as desigualdades no acesso à tecnologia e à educação de qualidade”, diz.
A proposta da PNED visa não só a capacitação de estudantes, mas também de professores e gestores escolares, promovendo a equidade digital no ambiente educacional.
“Em média, 5,9 milhões de domicílios do país não utilizam a internet, o que revela um abismo entre as camadas sociais em termos de acesso à educação digital”, afirma, citando dados do Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE). “A PNED visa reverter esse quadro, estabelecendo estratégias de inclusão digital para reduzir as desigualdades regionais e socioeconômicas”, completa.
Quais são os principais objetivos da PNED?
Marinho explica que a PNED propõe um conjunto de medidas para integrar as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) no processo educacional de forma ampla e inclusiva. Entre os principais objetivos, destacam-se:
- Ampliação do acesso à internet e dispositivos tecnológicos;
- Formação de professores e gestores educacionais;
- Integração de conteúdos digitais nos currículos escolares;
- Promoção da inclusão digital e combate à exclusão escolar.
O que muda no dia a dia das escolas?
Segundo a doutora em educação, a implementação da PNED tem impacto direto nas práticas pedagógicas e no cotidiano escolar.
“Com a crescente adoção de plataformas educacionais digitais, a aprendizagem está se tornando cada vez mais interativa e personalizada”, explica. “Estudantes podem, por exemplo, utilizar aplicativos para realizar exercícios, acessar conteúdos multimídia e participar de discussões em ambientes virtuais”, completa.
A formação docente também ganha uma nova perspectiva. “A PNED propõe uma mudança na abordagem do ensino, tornando-o mais dinâmico e centrado no estudante”.
Além disso, o uso de dados e Inteligência Artificial (IA) pode ajudar a personalizar o processo de ensino, permitindo que professores identifiquem as dificuldades de cada aluno e ajustem suas práticas pedagógicas.
PNED: implementação tem desafios e oportunidades
Na visão da supervisora pedagógica de grandes negócios da Jovens Gênios, apesar das perspectivas promissoras, a implementação da PNED enfrenta grandes desafios.
“A primeira questão é a infraestrutura. Ainda que existam políticas de expansão da internet banda larga, a realidade de muitas escolas públicas, especialmente nas áreas rurais e periferias urbanas, é de infraestrutura precária”, explica.
Para Marinho, outro desafio crucial é a formação de professores. Isso porque, embora a PNED preveja cursos de capacitação, a implementação efetiva desses programas depende de recursos e de um esforço conjunto entre governos federal, estaduais e municipais.
“A educação digital pode reduzir desigualdades regionais e melhorar a qualidade do ensino, especialmente em locais remotos. A incorporação de habilidades digitais nos currículos prepara os alunos para um mercado de trabalho cada vez mais tecnológico e dinâmico”, diz.
Qual o papel da educação digital no futuro do Brasil?
Marinho acredita que a implementação da PNED coloca o Brasil em sintonia com tendências globais que reconhecem o poder transformador da educação tecnológica.
“Em um mundo onde profissões estão sendo radicalmente alteradas ou substituídas pela automação, a PNED busca garantir que os estudantes brasileiros tenham as competências necessárias para prosperar”, afirma.
Segundo números de 2023 divulgados pelo Fórum Econômico Mundial, seis em cada 10 trabalhadores precisarão de treinamento antes de 2027 devido às mudanças tecnológicas. “Nesse sentido, a PNED é uma resposta direta a essa necessidade, preparando as novas gerações para enfrentar um futuro repleto de incertezas, mas também de grandes oportunidades”, assimila.
Em síntese, para Marinho, a PNED representa um passo crucial para o desenvolvimento educacional e tecnológico do Brasil.
“A democratização do acesso à tecnologia e a capacitação de professores e alunos são ações que, a médio e longo prazo, podem gerar uma verdadeira revolução educacional no país, preparando as novas gerações para os desafios de uma sociedade cada vez mais conectada e interdependente”, complementa.
Para mais informações, basta acessar: https://www.jovensgenios.com/