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Uma alternativa ao leite tradicional tem chamado a atenção de consumidores que relatam desconfortos digestivos após ingerir derivados lácteos. O leite A2, produzido a partir de vacas que produzem exclusivamente a proteína beta-caseína A2, vem ganhando espaço no mercado por ser considerado mais fácil de digerir e menos agressivo para quem tem sensibilidade à proteína do leite convencional.
No Brasil, um dos exemplos é a Fazenda Grotadas A2A2, localizada em Santo Antônio do Monte, no Centro-Oeste de Minas Gerais. A propriedade é especializada na produção de leite A2, com um rebanho de vacas Gir e Girolando geneticamente selecionadas. A fazenda produz mais de mil litros por dia, oferecendo uma alternativa que promete aliviar sintomas como inchaço, gases e desconforto abdominal em pessoas sensíveis à proteína A1, presente na maioria dos leites comuns.
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O que é o leite A2 e como ele age no organismo?
A diferença entre o leite A2 e o leite tradicional está na composição da beta-caseína, uma das principais proteínas do leite. O leite comum contém, em sua maioria, a proteína A1, que, segundo alguns estudos, pode ser mais difícil de digerir e estar relacionada a reações gastrointestinais em indivíduos sensíveis.
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Já o leite A2 contém apenas a proteína A2, que, conforme indicado por pesquisas, se assemelha mais à encontrada no leite materno humano, sendo melhor aceita pelo organismo. Um artigo publicado pela revista científica Foods aponta essa distinção proteica como fator determinante na digestibilidade do produto.
“A proteína A1, presente na maioria dos leites convencionais, pode causar desconforto em algumas pessoas, resultando em inchaço, gases e outros problemas digestivos”, explica Tomáz de Aquino Resende, produtor rural responsável pela Fazenda Grotadas. “O leite A2, por outro lado, é mais semelhante ao leite materno humano e é melhor tolerado pelo organismo, evitando esses desconfortos na barriga”, complementa.
Produção controlada e rastreável
Todo o rebanho da Fazenda Grotadas passa por testes genéticos para assegurar que as vacas produzam apenas leite A2. O manejo é realizado com rigor desde a criação dos animais até a ordenha, garantindo um produto rastreável e livre da proteína A1. Segundo Resende, o processo visa assegurar qualidade nutricional, sem abrir mão de benefícios como cálcio, vitaminas e proteínas encontrados no leite convencional.
Além do leite, a fazenda também investe na produção de derivados, como doces e laticínios, todos com o selo A2. Atualmente, cerca de 60 vacas em lactação ocupam 60 hectares da propriedade, sendo alimentadas a pasto, em um modelo que prioriza bem-estar animal e sustentabilidade.