25 de junho, 2025

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Empresas inovam para tornar a moda cada vez mais sustentável

Empresas inovam para tornar a moda cada vez mais sustentável

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A indústria da moda, conhecida por ser uma das mais poluentes do mundo, tem sido pressionada a rever seus processos diante dos crescentes impactos ambientais e sociais associados à produção têxtil. Segundo reportagem publicada na CNN Brasil, um estudo revelou que 87% dos consumidores preferem comprar roupas de marcas sustentáveis. A busca por inovação tem se tornado estratégica não apenas para atender às exigências de consumidores mais conscientes, mas também para garantir competitividade em um mercado que caminha rumo à circularidade.

Estima-se que o setor consuma anualmente 93 bilhões de metros cúbicos de água – o equivalente a 37 milhões de piscinas olímpicas – segundo o relatório “Uma nova economia têxtil”, da Ellen MacArthur Foundation.

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No Brasil, mais de 4 milhões de toneladas de resíduos têxteis são descartadas todos os anos, conforme dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Diante desse cenário, empresas do setor vêm adotando tecnologias sustentáveis, materiais alternativos e novos modelos de negócio para reduzir o impacto ambiental e promover uma moda mais responsável.

Moda sustentável: conceito

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Moda sustentável refere-se a práticas que buscam minimizar danos ao meio ambiente e às pessoas durante a produção, o consumo e o descarte de roupas e acessórios. Isso inclui o uso de materiais reciclados, orgânicos ou biodegradáveis, processos de fabricação com menor consumo de água e energia, e a promoção de condições de trabalho éticas.

O conceito abrange também o incentivo ao consumo consciente, com foco em adquirir apenas o necessário e prolongar o ciclo de vida das peças por meio de reuso, doação ou revenda em brechós.

Empresas do setor investem em abordagens como a moda ecológica, a moda vegana e o movimento slow fashion, conhecido como “moda devagar”. Esses modelos priorizam a produção de menos peças, com maior durabilidade e qualidade, em oposição ao fast fashion, que estimula a fabricação em massa e o descarte rápido.

Acessórios, como óculos de sol, também entram nesse movimento, com marcas utilizando plásticos reciclados, madeira certificada ou materiais biodegradáveis para criar produtos ambientalmente responsáveis.

Impactos ambientais da indústria da moda

A produção de roupas e acessórios demanda recursos naturais em larga escala. O cultivo de fibras, como o algodão, consome quantidades significativas de água e pesticidas. O processo de tingimento de tecidos, por sua vez, é responsável por liberar produtos químicos em rios e corpos d’água, poluindo ecossistemas.

Segundo a Ellen MacArthur Foundation, a indústria têxtil é uma das maiores consumidoras de água do planeta, além de contribuir para emissões de gases de efeito estufa, especialmente quando resíduos são incinerados.

No Brasil, o descarte inadequado de roupas e tecidos agrava o problema. Os 4 milhões de toneladas de resíduos têxteis gerados anualmente, conforme a Abrelpe, frequentemente acabam em aterros sanitários ou são queimados, liberando poluentes no ar.

No entanto, iniciativas de reciclagem e logística reversa começam a ganhar força, com empresas coletando peças usadas para transformá-las em novos produtos ou matérias-primas.

Inovações para uma moda mais sustentável

Para enfrentar os impactos ambientais da cadeia têxtil, empresas de moda em diversos países têm adotado soluções tecnológicas e circulares. O uso de materiais alternativos é uma das estratégias em destaque. De acordo com o relatório da Textile Exchange, a produção de poliéster reciclado alcançou 8,9 milhões de toneladas em 2023, representando 12,5% do total de poliéster produzido. 

No setor de acessórios, marcas de óculos de sol têm investido em plásticos reciclados retirados do oceano, reduzindo a poluição marinha e diminuindo a dependência de matérias-primas virgens. Um levantamento da Organização das Nações Unidas (ONU) aponta que 11 milhões de toneladas de plástico entram nos oceanos anualmente, o que reforça a importância de iniciativas voltadas à reutilização desse material.

Iniciativas brasileiras no setor

A Brasil Eco Fashion Week (BEFW), maior evento de moda sustentável do país, ocorre anualmente em São Paulo. Em sua 8ª edição, entre 13 e 15 de dezembro de 2024, o evento apresentou 25 desfiles, 18 painéis de conversa, 18 oficinas práticas e 10 expositores. Com o tema “Bioeconomia e Cooperação”, a BEFW utilizou passarelas de fibra de jeans reciclados e mobiliário de papelão compostável, destacando o compromisso com práticas sustentáveis. Marcas de todas as regiões do Brasil participaram, reforçando a diversidade e a força dos pequenos negócios, que, segundo o Sebrae, representam 97,5% da indústria nacional, com cerca de 1,9 milhões de CNPJs ativos.

O papel do consumidor

O comportamento do consumidor tem impacto direto nas práticas adotadas pela indústria da moda rumo à sustentabilidade. Segundo pesquisa da Union + Webster, divulgada pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) em 2019, 87% dos brasileiros demonstram preferência por marcas sustentáveis, e 70% estariam dispostos a pagar mais por produtos com esse perfil. Já um levantamento da fintech Koin, de 2024, aponta que 89,1% dos entrevistados afirmam doar roupas que não utilizam mais.

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