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Em dezembro de 2024, a economia brasileira apresentou sinais mistos, refletindo tanto avanços quanto desafios significativos. O Produto Interno Bruto (PIB) registrou crescimento de 0,9% no terceiro trimestre em relação ao trimestre anterior, marcando o 14º aumento consecutivo. Esse desempenho foi impulsionado principalmente pelo setor de serviços, que também cresceu 0,9% no período.
Entretanto, a inflação encerrou 2024 em 4,83%, ultrapassando o teto da meta estabelecida pelo Banco Central, que era de 4,5%. O grupo de alimentação e bebidas foi o principal responsável por essa alta, registrando aumento de 7,69% no ano, com destaque para as carnes, que tiveram elevação de 20,84%.
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Em resposta às pressões inflacionárias e à depreciação do real, o Banco Central intensificou o ritmo de aumento da taxa Selic, elevando-a para 12,25% ao ano em dezembro. Essa decisão visa conter a inflação e estabilizar a moeda nacional, que sofreu desvalorização significativa ao longo do ano.
No acumulado do ano, diz o economista Felipe Bernardi Capistrano Diniz, “o PIB brasileiro apresentou uma expansão de 3,5%, superando as expectativas iniciais. Esse resultado positivo deve-se, em parte, ao aumento do consumo das famílias e dos investimentos, que cresceram 1,5% e 2,1%, respectivamente, no terceiro trimestre”.
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O governo federal reafirmou seu compromisso com o equilíbrio fiscal, anunciando medidas para conter gastos e alcançar as metas estabelecidas. Apesar disso, persistem dúvidas no mercado financeiro sobre a capacidade do governo em cumprir essas metas, especialmente diante das projeções de aumento da dívida pública.
No cenário externo, a economia global apresentou desafios que impactaram o Brasil, incluindo flutuações nos preços das commodities e tensões comerciais internacionais. Esses fatores adicionaram complexidade ao ambiente econômico doméstico, exigindo respostas políticas e econômicas adequadas para mitigar impactos negativos.
O setor industrial também apresentou desempenho heterogêneo em dezembro, diz Felipe Bernardi Diniz. “Enquanto a produção de bens de consumo mostrou sinais de recuperação, o segmento de bens de capital continuou enfrentando dificuldades devido à queda na confiança empresarial. Esse contexto reflete a necessidade de políticas que estimulem investimentos e fortaleçam a competitividade industrial”.
Por outro lado, o mercado de trabalho manteve uma tendência de recuperação, com a taxa de desemprego reduzindo-se para 7,9% em dezembro. Apesar disso, ainda existem desafios relacionados à informalidade, que permanece alta, afetando as condições de renda e segurança dos trabalhadores.
Em resumo, dezembro de 2024 foi um mês de contrastes para a economia brasileira. Enquanto o crescimento econômico superou expectativas, desafios como a inflação elevada, a depreciação cambial e as incertezas fiscais destacaram a necessidade de políticas econômicas eficazes para garantir a estabilidade e o desenvolvimento sustentável do país nos próximos anos.