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Fumar é amplamente reconhecido como a principal causa de câncer de pulmão, sendo responsável por cerca de 85% dos casos, segundo o Ministério da Saúde. Ainda segundo dados do Ministério da Saúde e da Fundação do Câncer, o tabagismo é responsável por aproximadamente 80% das mortes por câncer de pulmão entre homens e mulheres no Brasil.
Mas os efeitos do cigarro são múltiplos. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o tabagismo é o principal fator isolado de risco para câncer da laringe e da cavidade oral, aumentando em até dez vezes a probabilidade dessas doenças.
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- Segundo o Oncoguia, fumantes têm dez vezes mais chances de ter câncer de laringe.
- O Ministério da saúde diz que o tabagismo está relacionado ao surgimento de mais de 50 enfermidades, entre elas vários tipos de câncer, doenças do aparelho respiratório, doenças cardiovasculares, entre outras.
“O tabagismo potencializa mutações em células da garganta e da boca, abrindo caminho para tumores que afetam funções como voz e deglutição”, alerta o cirurgião Dr. Marcelo Schalch, cirurgião de cabeça e pescoço.
Em escala global, a Organização Mundial da Saúde classifica o tabaco como uma das principais causas evitáveis de morte, e no Brasil, o tabagismo mata cerca de 8 milhões de pessoas por ano. Internamente, no ano de 2023, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, o INCA estima 39.550 novos casos de câncer de cabeça e pescoço, incluindo nesta soma os cânceres de cavidade oral, tireoide e laringe. Quando somado com o câncer de pele melanoma, que também atinge a região da cabeça e pescoço, o número sobe para 48.530.
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Um estudo amplamente referenciado na revista British Dental Journal – citando revisão publicada na Nature – indica que a combinação de tabagismo e consumo de álcool é responsável por cerca de 72% dos casos de câncer de cabeça e pescoço.
De acordo com um estudo brasileiro (InterCHANGE) conduzido no Hospital Araújo Jorge, A.C. Camargo e Santa Rita de Cássia, disponível no site do A. C. Camargo Cancer Center, afirma: “Uma história de tabagismo de intensidade (>40 maços‑ano) aumentou o risco de câncer de cabeça e pescoço em 2,09 vezes (IC 95 % 1,13–3,89), comparativamente ao grupo que fumou até 20 maços‑ano.”
Dr. Marcelo Schalch enfatiza: “É fundamental que o fumante saiba que o cigarro atinge muito além dos pulmões. Como cirurgião de cabeça e pescoço, vejo diariamente pacientes que poderiam ter sido diagnosticados antes.”
Os sintomas de alerta listados pelo INCA incluem:
- Feridas na boca que não cicatrizam em até 15 dias;
- sangramentos sem motivo aparente;
- nódulos no pescoço;
- mudança na voz ou rouquidão
A Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP) afirma que, com diagnóstico precoce, as chances de cura podem chegar a 90%. Campanhas antitabagismo no Brasil têm surtido efeitos: o Vigitel 2023, do Ministério da Saúde, apontou que a taxa de adultos fumantes nas capitais caiu para 9,3%, ante 15,7% em 2006 e 11,3% em 2013, de acordo com dados da Vigitel.
“O cigarro, embora famoso por causar câncer de pulmão, tem efeitos devastadores também na região da cabeça e pescoço. O abandono do fumo e o diagnóstico precoce aliado à atenção a sinais como nódulo e rouquidão são armas poderosas para a cura”, conclui Dr. Schalch.