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Segundo dados divulgados pela Associação do Transporte Aéreo Internacional (IATA), no primeiro semestre de 2024 houve um aumento de demanda no mercado global de 13,4% pelo transporte de carga via modal aéreo, quando comparado ao mesmo período de 2023.
Dados da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) também apontam um crescimento constante no modal. De janeiro a junho deste ano foram movimentadas 658,9 mil ton. de cargas, 7,5% a mais do que foi registrado no primeiro semestre de 2023.
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Para tirar dúvidas sobre o transporte de cargas pelo modal aéreo e explicar as diferenças da logística emergencial e convencional, o especialista no setor Marcelo Zeferino, CCO da Prestex, há 22 anos no mercado de logística emergencial B2B, responde algumas perguntas:
Quais são os fatores que levaram a esta crescente demanda no transporte aéreo de cargas?
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Marcelo Zeferino: A pressão do consumidor final por prazos cada vez mais agressivos é constante, influenciando toda a cadeia produtiva. A emergencialidade de cinco anos atrás é a rotina de hoje, na qual cada segundo conta muito neste mercado competitivo e globalizado em que vivemos. Mesmo com custos mais elevados, quando comparado a outros modais, o aéreo tem grande destaque nessa agilidade, desempenhando um papel crucial em muitos países e no Brasil, devido à sua vasta dimensão territorial, economia diversificada e complexa infraestrutura.
O que diferencia a logística emergencial B2B da logística convencional?
Marcelo Zeferino: O transporte de carga emergencial e o transporte de carga convencional para empresas diferem significativamente em sua natureza e propósito. O transporte convencional envolve o movimento regular e planejado de mercadorias para atender à demanda previsível do mercado, seguindo rotas e cronogramas estabelecidos. Já o transporte de carga emergencial para empresas é caracterizado pela urgência e necessidade imediata de entrega, geralmente em resposta a uma imprevisibilidade como uma demanda inesperada, uma parada de produção, quebras de máquinas, até um desastre natural ou emergência na área de saúde. Requer uma resposta rápida e flexível, frequentemente utilizando rotas alternativas e alta performance, para garantir que suprimentos críticos como alimentos, água, medicamentos e maquinários cheguem rapidamente ao destino.
Quais são os setores ou indústrias que mais demandam serviços de logística emergencial B2B?
Marcelo Zeferino: Setores de alta complexidade produtiva tendem a ser os principais usuários da logística emergencial. Por exemplo, os setores automotivo, farmacêutico e agro. A indústria da transformação, como um todo, exige muito de sua cadeia logística e qualquer alteração no mix produtivo ou na disponibilidade de matéria prima, demanda uma logística emergencial.
Quais as principais vantagens de utilizar o modal aéreo para logística emergencial no transporte de cargas das empresas?
Marcelo Zeferino: O modal aéreo é ideal para cargas de alto valor agregado e baixo volume, cujos os custos mais elevados de transporte podem ser compensados pela rapidez e eficiência na entrega. A velocidade do transporte aéreo permite a implementação eficiente de estratégias como o just in time, na qual a entrega de materiais e produtos pode ser sincronizada exatamente com a demanda, reduzindo assim os custos de armazenamento e mantendo níveis mais baixos de estoque. O modal aéreo também é considerado o mais seguro em termos de controle de carga e monitoramento contínuo durante todo o processo de transporte. As cargas são geralmente rastreadas de perto e há menos chances de danos ou perdas em comparação com outros modais. Permite também acesso a áreas geograficamente desafiadoras ou remotas, onde outros modais podem ser menos práticos ou não estarem disponíveis.
A logística emergencial utiliza exclusivamente o modal aéreo?
Marcelo Zeferino: Prioritariamente o modal aéreo, mas outros modais também são utilizados de acordo com as circunstâncias da emergencialidade e das condições logísticas disponíveis. Para longas distâncias, sem sombra de dúvidas, o modal aéreo é a melhor opção. Em curtas e médias distâncias, há a possibilidade de utilizar o rodoaéreo para acessar horários específicos de cada demanda. Quando se trata de emergencialidade, não podemos descartar nenhum modal.
Como é o custo-benefício da logística emergencial B2B e em qual situação é mais utilizada?
Marcelo Zeferino: Vamos imaginar uma linha de montagem industrial, cujo custo produtivo seja alto. Uma máquina quebra e o parafuso necessário para ela voltar a funcionar, encontra-se do outro lado do Brasil, custando R$100,00. Neste caso, o valor da mercadoria é irrisório comparado aos prejuízos da produção parada. O investimento na logística emergencial é fundamental nestes casos para manter a indústria operante.
Quais tecnologias estão sendo implementadas na logística emergencial para melhorar a eficiência?
Marcelo Zeferino: A logística tem uma alta capacidade de gerar dados durante sua operação, saber aproveitá-los, agregando as novas tecnologias pode ser decisivo para uma logística assertiva. Por exemplo, a Prestex realiza uma análise preditiva das demandas recorrentes dos clientes, a fim de migrar a logística emergencial para uma logística de alta performance. A empresa desenvolveu sistemas de gerenciamento atrelados à Inteligência Artificial que apontam eventuais gaps ou rupturas de processos na rotina dos clientes, facilitando a tomada de decisão.
A demanda crescente pela logística aérea no transporte de cargas, muitas vezes emergencial, tem refletido no crescimento das operadoras de logística como a Prestex?
Marcelo Zeferino: Com certeza! Um exemplo é o crescimento das contratações. A Prestex, somente neste ano, teve um incremento de 87% nas contratações de colaboradores em relação a 2023, e a empresa ainda está com vagas abertas, assim como muitos operadores logísticos. Outros dados que refletem o bom momento do setor é o aumento de 33,5% no volume de cargas transportadas pela Prestex e 38,7% no peso taxado (que é a base para o cálculo do frete). Em 2024, a empresa segue com o SLA (índice de entregas no prazo) acima de 99%.