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Alexandre Sartorato, ultramaratonista brasileiro, já percorreu 14 países desde que iniciou sua segunda volta ao mundo correndo, em 31 de março, saindo do Egito. Ao todo, ele pretende percorrer mais de 30 países até outubro, passando por África, Europa, América, Ásia e Oceania.
Desde então, passou correndo por Grécia, Albânia, Macedônia, Sérvia, Kosovo, Montenegro, Bósnia e Herzegovina e Croácia. De Split, na Croácia, voou para o aeroporto de Fiumicino, na Itália, e já passou pelo Vaticano, San Marino e Áustria. No dia 12 de maio, dia de seu aniversário, atravessou a fronteira para a cidade de Samnaun, nos Alpes da Suíça. “As dificuldades são inúmeras: a irregularidade do solo, altitude das montanhas, falta de abastecimento, amplitude térmica do calor ao frio extremo, más condições para dormir”.
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Apesar da equipe de apoio, Sartorato por vezes percorre entre 80 e 100 quilômetros sozinho. “Na Europa é proibido correr na autoestrada e preciso desviar a rota por trilhas locais. Tudo isso cria inúmeras dificuldades extras. Por vezes, é impossível a equipe de apoio me acompanhar durante toda a jornada”.
Ciente de todas as adversidades que poderia enfrentar, o atleta se propôs, desde 2020, a desafios simulados no Brasil e outros pontos da América do Sul, como na Cordilheira dos Andes, entre Argentina e Chile. Também treinou no calor extremo do Egito e no frio congelante de Urupema, em Santa Catarina.
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“Além do corpo, já acostumado a ir ao limite, eu também preparo a mente, já que são muitas horas sozinho, noites de sono em condições ruins. É tudo muito diferente de uma corrida normal. Mas tudo faz parte da proposta. Venho treinando pelos últimos cinco anos para me preparar para essa jornada”.
Em seis semanas, Sartorato usou nove pares de tênis e 12 pares de meias, consumindo mais de 400 litros de água e 150 litros de refrigerante. O esforço intenso resultou em bolhas principalmente nos calcanhares, além de uma micro lesão no pé direito causada pela repetição dos movimentos.
Sartorato já deu a volta ao mundo em 2007, partindo do Cristo Redentor e apoiando a candidatura do monumento nacional como uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno e a SOS Kinderdorf International/Aldeias Infantis SOS. Antes disso, já havia percorrido os 5,3 mil quilômetros entre Oiapoque e Chuí, extremos Norte e Sul do Brasil, em apoio ao Movimento Amanhã Sem Câncer.
Nascido em Cubatão (SP), viveu ainda jovem a década de 1980 no município, que ficou conhecido como o “Vale da Morte” devido à alta concentração de poluentes no ar emitido pelas indústrias químicas, com graves consequências para a saúde da população. Com repercussão global, a Organização das Nações Unidas (ONU) chegou a considerá-la a cidade mais poluída do mundo. Atualmente, Sartorato é Embaixador de Cubatão para o mundo.
Ao se tornar atleta, o cubatense passou a destacar questões sociais como o acesso à saúde e a fome. Sartorato apoia causas como Médicos Sem Fronteiras, Aldeias Infantis SOS e Movimento Amanhã sem Câncer, do Instituto Nacional de Câncer (INCA), estampando essas instituições nas camisas durante seus desafios. “Acredito que minha vontade pode incentivar outras pessoas, incluindo autoridades, a considerar essas questões e agir para promover mudanças. Combater a miséria e garantir condições habitacionais e sanitárias básicas são urgentes. Uso essas bandeiras para que o foco se volte para esses temas”.
Neste novo desafio, uma equipe de cinema está acompanhando sua trajetória, produzindo um filme sobre sua vida e seu legado.