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A chegada do inverno e de dias mais frios podem favorecer, em muitas pessoas, a obstrução nasal. A dificuldade de respirar pode estar relacionada a alergias respiratórias, gripes, resfriados, rinites e sinusites, mas também pode estar relacionada à estrutura do nariz ou ao desvio do septo nasal.
“A obstrução nasal é um dos principais sintomas associados ao desvio do septo. Quando o septo não está alinhado, a passagem de ar fica bloqueada e o resultado é o aumento da quantidade de muco e a dificuldade respiratória”, explica a médica otorrinolaringologista e especialista em rinoplastia, Marina Serrato.
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Embora o desvio do septo não seja uma doença grave, ele pode levar a sintomas persistentes e comprometer a qualidade de vida da pessoa afetada. O diagnóstico de desvio do septo depende de uma avaliação médica detalhada e da realização de exames como nasofibroscopia e tomografia computadorizada.
“O tratamento geralmente é cirúrgico. Durante a operação, o cirurgião reposiciona o septo de volta a sua posição normal, removendo a obstrução nasal”, explica Marina.
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Rinoplastia funcional
Ela conta que a grande maioria dos pacientes que faz a cirurgia para desvio de septo acaba aproveitando a oportunidade para melhorar a estética do nariz, o que é chamado de rinoplastia funcional.
A rinoplastia funcional consiste na cirurgia para resolver distúrbios respiratórios ocasionados por problemas no nariz, associada a melhora estética. As duas têm como objetivo melhorar a qualidade respiratória do paciente e restabelecer a simetria do órgão, respectivamente.
“Pacientes que possuem a necessidade de corrigir a estrutura interna (septo) e ou externa (pirâmide nasal – óssea e ou cartilaginosa) do nariz, para estabelecer a sua função respiratória, acabam optando por realizar de maneira associada à rinoplastia estética. Isso ocorre pelo fato de que o paciente já terá que passar por uma anestesia, realizar o preparo cirúrgico e, obviamente, porque possui queixas estéticas”, conta Marina.
Claudia Czarnik Nagamine, tinha desvio de septo e recorrentes problemas de garganta e sinusite, pelo fato de respirar apenas pela boca. Ela procurou a médica depois de uma cirurgia funcional sem sucesso. A indicação foi reestruturar a parte externa do nariz com cartilagem da costela – procedimento comum nos casos em que é necessário o uso de mais cartilagem – tendo em vista que a estrutura do nariz da paciente era mole, o que permitia fechar a entrada de ar quando ela respirava.
“Faz um ano e três meses que fiz a cirurgia, em maio de 2023, e os benefícios foram muitos. Por eu ter feito a reestruturação com cartilagem costal meu nariz se tornou funcional e nunca mais precisei voltar a tomar antibiótico para dor de garganta , o que era uma rotina até um tempo atrás. Hoje posso dizer que foi uma cirurgia perfeita e lamento não ter feito antes, pós-operatório tranquilo e sem dores na face”, lembra a paciente.
Cirurgias malsucedidas
A médica conta que a rinoplastia funcional também é utilizada para corrigir cirurgias estéticas mal sucedidas ou procedimentos realizados em consultório como, por exemplo, a rinomodelação definitiva. “A rinoplastia evoluiu muito nas últimas décadas. No entanto, é comum que pacientes nos procurem para realizar uma correção que possa ter deixado sequelas como perda de tecido ou de cartilagem e problemas respiratórios significativos”, explica.
A médica reforça ainda a importância do procedimento ser realizado com um médico com formação na área de otorrinolaringologia ou cirurgia plástica e que entende tanto da área funcional como da estrutura estética do nariz, para evitar problemas futuros. “Além disso, priorizar bons hospitais na realização dos procedimentos, exigir consulta pré-anestésica e equipe capacitada é fundamental”, alerta.