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Engana-se quem acha que o tiro esportivo e prático teve notoriedade apenas nos últimos anos, essa foi a primeira medalha que o Brasil ganhou em uma Olimpíada. Em 1920, na Antuérpia, Bélgica, o Brasil compareceu com uma delegação de 21 atletas, dentre eles estava Guilherme Paraense, que foi responsável pela conquista do primeiro ouro olímpico da história do Brasil, no tiro rápido (25m) individual, também com Afrânio Antônio da Costa, que conquistou a prata na pistola livre (50m) individual e na mesma prova, só que por equipes, ganharam o bronze junto com Sebastião Wolf, Fernando Soledade e Dario Barbosa, mas como para o Brasileiro nada é fácil, todas as suas armas e munições foram roubadas e graças ao time americano de tiro, os atletas brasileiros conseguiram competir e trazer medalhas históricas.
Desde então, o Brasil registrou crescimento em quantidade de atletas e em modalidades para a prática do esporte. Consequentemente, clubes se espalharam por todo o Brasil trazendo diversas modalidades, divisões, categorias e classes, bem como uma gama de possibilidades para qualquer pessoa que queira ingressar no mundo do tiro participar de forma segura e abrangente, com campeonatos reconhecidos internacionalmente, competições regionais, estaduais, nacionais e mundiais, que aliás, no campeonato mundial de tiro SHOTGUN que houve ano passado em Pattaya, na Tailândia, tivemos o atleta brasileiro Lucas Roth como o campeão da divisão Shotgun Standard Overall, realizando uma conquista inédita para o Brasil.
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Dentre as diversas modalidades contempladas pelo tiro, o IPSC foi a escolhida por Bleasby, uma modalidade conhecida por ser dinâmica, que une a velocidade e precisão dos disparos em alvos dispostos em diversos stages (pistas), que reúne atletas por todo o mundo.
Enquanto isso, Pahe Bleasby é o atual Campeão Brasileiro na pistola .380, divisão light, classe A, com uma IMBEL MD2. Além disso, é Vice-campeão Paulista na divisão mini-rifle com uma CBC 7022 way, e compete por todo o Brasil com armas curtas e longas no IPSC, uma modalidade já consolidada em todo o mundo e que vem ganhando adeptos em todos os clubes de tiro no Brasil, devido a intensidade, mobilidade e quantidade de disparos por competição. Em uma competição de nível 3 chega-se a dar até 400 disparos, o que encanta e motiva esses atletas.
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Além de competir, Pahe Bleasby também é árbitro (Range Officer) das competições de tiro prático (IPSC) e irá também arbitrar o mundial de rifle na Finlândia, hoje, arbitra competições estaduais e nacionais, assim como algumas competições internacionais através da NROI (National Range Officers Institute).
“Estamos remando contra uma maré de ausência de investimentos e políticas de apoio ao esporte, mesmo em um meio onde os atletas são referência”, disse Pahe Bleasby sobre a atual conjuntura na qual o esporte está inserido. “Graças a Federação Paulista (FPTP) e as várias federações pelo Brasil, e, principalmente, a Confederação Brasileira (CBTP), ainda temos um lugar ao sol para competir, sem esse apoio nossas competições já teriam acabado, assim como ações conjuntas da CBTP juntamente com a CBC (Companhia Brasileira de Cartuchos) que ajudam com descontos e patrocinam atletas de ponta. No setor privado, a dificuldade é ainda maior, poucas as empresas que não estão ligadas ao setor, apoiam, de fato, atletas em competições.”, concluiu ele.
Por fim, Bleasby ainda comentou sobre a sua sua experiência competindo no Campeonato Europeu, realizado na Grécia em novembro de 2023 e ainda assim encontrou dificuldades em conseguir patrocínios. Já em 2024, Pahe competiu no OPEN Argentina de Tiro, uma prova teste para o Campeonato Latino Americano que deve acontecer em novembro deste ano, tudo com recursos próprios.
O Campeonato Mundial de Rifle começa dia 31 de julho e vai até 10 de agosto de 2024 em Oulu, na Finlândia, considerada a terra do rifle.