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A trajetória de uma startup está repleta de desafios e incertezas, sendo a escolha dos sócios um dos fatores iniciais mais importantes. De acordo com informações de um relatório sobre as startups brasileiras, elaborado pela Cortex, somente nos últimos dez anos foram abertas mais de sete mil startups no país e, em 2023, foi contabilizado um total de mais de doze mil empresas do formato no Brasil.
Pensando no quadro societário dessas organizações, a integridade e a transparência são algumas características que podem garantir que todas as partes trabalhem em prol do bem-estar da empresa, evitando conflitos desnecessários. Segundo dados do Observatório Sebrae Startups, a quantidade média de sócios por empresa é de 2,48 e mais da metade (52,28%) delas ainda está em fase de crescimento no mercado.
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Desentendimentos e desalinhamentos sobre a visão da empresa, objetivos de longo prazo e distribuição de responsabilidades podem afetar o desenvolvimento inicial de uma startup. É o que afirma Carlos Henrique Soccol, sócio fundador da MyPharma, uma das maiores plataformas de e-commerce farmacêutico do Brasil. “Para mitigar esses riscos, é essencial que os sócios compartilhem uma visão clara e acordem antecipadamente sobre a divisão de tarefas e a estrutura de governança. Ter os sócios corretos, assim como o aconselhamento correto, seja por um board ou consultoria, foi um fato predominante para a trajetória da MyPharma”, pontua Soccol.
Dicas para encontrar os sócios ideais
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Em 2023, a MyPharma foi adquirida pelo GrupoSC, um dos maiores grupos farmacêuticos do Brasil. Carlos pontua que as habilidades e atuações dos sócios Nicholas Marchesan Dias e Vinicius Soccol, tiveram papel crucial para a consolidação da marca no mercado nacional. “Em vez de formar uma sociedade com indivíduos de perfil similar, é importante buscar parceiros cujas habilidades complementam as suas”, salienta.
O representante da MyPharma lista algumas dicas principais que, para ele, foram essenciais para que a startup tivesse bons resultados desde sua criação:
Participação em eventos de tecnologia e startups: eventos como hackathons, conferências de tecnologia e meetups são ótimos lugares para conhecer potenciais sócios com interesses e habilidades complementares. Estes ambientes propiciam a troca de ideias e a construção de redes de contatos valiosas.
Evitar parcerias baseadas apenas em amizade: embora trabalhar com amigos possa parecer uma boa ideia, é importante avaliar se eles possuem as habilidades necessárias para contribuir com o negócio. Uma análise objetiva das competências de cada um é crucial para garantir uma parceria eficaz.
Buscar diversidade de habilidades: em vez de associar-se a alguém com o mesmo conjunto de habilidades, é interessante procurar sócios com competências diferentes. Por exemplo, um programador deve buscar um sócio com experiência em marketing ou finanças para cobrir áreas que não domina.
Realizar due diligence pessoal: assim como as empresas fazem due diligence antes de fechar negócios, é importante realizar uma avaliação detalhada dos potenciais sócios. Isso inclui verificar antecedentes profissionais, buscar referências e discutir expectativas de maneira aberta e transparente.
Outras considerações importantes
Além de escolher sócios com características e habilidades complementares, o sócio fundador da MyPharma deixa algumas práticas adicionais sobre a parte organizacional da empresa:
Formalizar acordos de sociedade: documentar claramente os direitos e responsabilidades de cada sócio, bem como os procedimentos para resolução de conflitos, pode prevenir problemas futuros. Acordos de sociedade devem ser formalizados por meio de contratos legais detalhados.
Estabelecer uma governança eficiente: definir estruturas de governança claras, como a criação de um conselho administrativo (board), pode fornecer orientação estratégica e supervisão.
Foco na comunicação aberta: reuniões periódicas para discutir o progresso, desafios e futuras estratégias ajudam a manter todos alinhados e comprometidos com os objetivos da empresa.
Planejamento financeiro rigoroso: a gestão financeira cuidadosa é crucial para a sobrevivência de uma startup. Sócios devem concordar sobre o orçamento, as prioridades de investimento e as estratégias de captação de recursos.
Ao seguir essas diretrizes, empreendedores podem aumentar suas chances de criar startups resilientes e prontas para enfrentar os desafios do mercado e aproveitar as oportunidades de crescimento, confirma o especialista.