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Quadros de leão, boneco de neve, bolhas de sabão, estão entre as artes da estudante Anny Vitória (12 anos), que recentemente expôs todo o seu trabalho no espaço da brinquedoteca, que fica localizado na enfermaria de onco-hematologia, do Itaci – Instituto de Tratamento do Câncer Infantil, um hospital público que iniciou suas atividades em 2002 e oferece tratamento a crianças e adolescentes, portadores de câncer e outras doenças hematológicas ou raras, de 0 a 18 anos.
Anny Vitória (foto) é paciente da instituição desde os seis anos, quando foi diagnosticada com osteossarcoma (tumor ósseo) e iniciou o tratamento, época que também começou a fazer suas artes.
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“Inicialmente não gostava, fazia mais por hobby. Só que hoje eu adoro desenhar e pintar, é a minha paixão”, conta ela, que é natural de São Paulo e tem preferência por alguns temas, como pintura realista, desenhos japoneses e o pós-impressionismo de Van Gogh.
A exposição contou com a presença dos pais dela, dos profissionais do hospital e de outros pacientes. “Essa mostra foi elaborada com a Anny, como um projeto terapêutico, dentro do atendimento de terapia ocupacional. O objetivo foi auxiliar na ressignificação da vivência atual por meio de uma atividade que passou a ser significativa para ela durante o tratamento. Assim, ela deixa de ser paciente dentro do hospital e passa a ser a artista”, salienta Renata Sloboda, terapeuta ocupacional do Itaci.
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Pesquisa aponta os benefícios da arteterapia
Em 2019, a Organização Mundial da Saúde divulgou a pesquisa Quais são as evidências sobre o papel das artes na melhoria da saúde e do bem-estar? Uma revisão de escopo apontando que o envolvimento com a arte pode ser benéfico para a saúde mental e física, após avaliar mais de 900 publicações. De acordo com o relatório, que é a publicação mais recente do órgão a respeito do tema, as atividades artísticas ajudam a minimizar os efeitos colaterais do tratamento do câncer, como falta de ar e de apetite, sonolência e até náuseas.
O estudo também apontou que as artes podem apoiar os cuidados paliativos fornecendo apoio psicológico e físico, oportunidades de comunicação e expressão emocional, reenquadramento cognitivo da experiência da doença, e melhoria da interação social e senso de comunidade. E que eles, particularmente terapias artísticas, estão associados a níveis mais baixos de tristeza, ansiedade e depressão, e a níveis mais elevados de bem-estar, função emocional e qualidade de vida.
“O Itaci oferece um olhar individualizado para seus pacientes e conta com uma equipe empenhada em promover ações que estejam associadas àquilo que importa para o paciente. Contribuir para que o sonho da Anny Vitória se concretizasse, por meio desta exposição, foi marcante. Além de trazer leveza à rotina hospitalar, foi uma injeção de ânimo e estímulo para todos os presentes”, conclui Liliane Moraes, Coordenadora da Fundação Criança-Itaci.
Itaci – Instituto de Tratamento do Câncer Infantil.
Construído a partir de uma parceria entre a Fundação Criança, Ação Solidária Contra o Câncer Infantil (ASCCI) e a Fundação Oncocentro de São Paulo, o Itaci é um hospital público que iniciou suas atividades em 2002 e oferece tratamento a crianças e adolescentes, portadores de câncer e outras doenças hematológicas ou raras, de 0 a 18 anos. Atuante na área de oncologia pediátrica no Brasil, realizou em seu ambulatório, em 2023, mais de 28 mil consultas médicas e multiprofissionais, cerca de 5 mil sessões de quimioterapia e 20 transplantes, entre eles, autólogo, alogênico aparentado e alogênico não aparentado. Entre as especialidades atendidas, leucemias, linfomas, neuroblastomas, sarcomas das partes moles, retinoblastomas, doenças hematológicas não oncológicas e tumores sólidos (do sistema nervoso central, ósseos, das células germinativas, renais e hepáticos).