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No ano passado, o Sistema de Consórcios, com a comercialização de 4,18 milhões de cotas e R$ 316,70 bilhões em negócios realizados, atingiu 10,29 milhões de participantes e quebrou vários recordes históricos.
Para avaliar esta performance e as perspectivas para este ano, a ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios solicitou pesquisa à Kantar Divisão de Pesquisa de Mercado, Insights e Consultoria da WPP, iniciada em dezembro de 2023 e concluída em janeiro último.
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A pesquisa, realizada em âmbito nacional e pela quarta vez consecutiva nos últimos anos, entrevistou 1.600 consumidores em situações distintas. O objetivo foi coletar dados quantitativos para fins de comparação com os obtidos nas três edições anteriores, bem como novas informações a partir desta edição. O total distribui-se em 50% de homens e 50% de mulheres da faixa etária dos 18 a 45 anos, sendo 46% de 18 a 29 anos e 54% de 30 a 45 anos. Nas classes sociais, a abrangência envolveu 45% da A e B e 55% da C.
A fase qualitativa envolveu homens e mulheres na faixa etária entre 29 e 57 anos das classes A,B e C. Foram organizados 4 grupos de discussão, sendo 2 grupos de consorciados de imóveis e dois de veículos, que, por diversas razões, desistiram de sua participação ou foram excluídos dos grupos.
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No final de 2023, verificou-se estabilidade com concentração de 45% da amostra dentro do grupo que já aderiu, pelo menos uma vez, ao consórcio. O percentual daqueles consorciados que já fizeram dois ou mais planos de consórcio, saltou de 13% em 2022 para 14% no ano passado.
A comparação entre a primeira pesquisa, em 2020, e as realizadas nos anos de 2021 e 2022, até a atual, mostra que o grupo formado por consorciados com uma ou mais adesões subiu dos 36% iniciais para os atuais 45%, registrando crescimento de nove pontos percentuais, confirmando o interesse múltiplo pelo consórcio.
Vale realçar o decréscimo, ao longo dos quatro anos, do percentual de entrevistados que comentaram desconhecimento dos consórcios.
Os comportamentos dos dois perfis, controlados e impulsivos, registraram atitudes diferenciadas quando da aquisição de bens de maior valor. Enquanto os primeiros, mais ponderados, calculavam se a parcela do consórcio, de fato, caberia no bolso, buscaram efetivar uma compra mais racional. Em contrapartida, no outro grupo, a emoção predominou e, com base no desejo de ter, não cogitaram a viabilidade financeira para a compra do bem e não avaliaram sua capacidade orçamentária de cumprir o compromisso.
Os usuários com maior conhecimento dos consórcios apontaram os automóveis como o bem mais experimentado, seguidos pelas motos e pelos imóveis. Se em 2020, havia 50% de consorciados de veículos leves, neste ano o levantamento assinalou 56% – seis pontos percentuais acima daquele passado, com picos de 59% e 60% em 2021 e 2022, respectivamente.
Também os imóveis assinalaram elevação. Dos iniciais 18%, de 2020, atingiram 26%, em 2023, passando por 20% e 27%, em 2021 e 2022, nesta ordem. Nas motos, as oscilações ficaram entre 41%, de 2020, e 35%, de 2023.
As motivações que levaram os consumidores a participar dos consórcios variaram de acordo com os objetivos individuais. Todavia, as mais presentes foram: “O consórcio é um jeito de guardar dinheiro”, “As parcelas eram compatíveis com a minha renda e parcelas que cabiam no meu bolso”, “Tem menores custos e menos taxas que outras formas de adquirir um bem”.
A percepção sobre a modalidade também consignou, entre outros aspectos positivos: “Consórcio é para quem planeja a longo prazo, que não tem pressa, que não é afobado”, “O consórcio é uma forma de facilitar a posse de um bem/produto”.
Foram apresentadas aos entrevistados, as questões sobre concordância ou discordância de alguns temas, o que produziu uma lista de razões que justificou as decisões de adesões. O fator mais citado foi “o tempo de mercado”, que reafirmou a importância do histórico da administradora, apoiado também nos mais de 60 anos de existência da modalidade, estabelecendo 6,07 como a melhor média.
Para os conhecedores, que ainda estão em fase de decisão, três aspectos foram bastante comentados. Quase 80% dos inquiridos apontaram principalmente: “o oferecimento de parcelas que caibam no bolso”, “dar informações”, “tirar dúvidas” e “dar suporte e orientações durante todo o processo/acompanhar até a entrega do bem”.
Trata-se de apreciações que refletiram o bom conhecimento sobre educação financeira onde planejamento e segurança se destacam.
O motivo mais apontado como justificativa para o cancelamento de uma adesão ao consórcio foi o “aumento no valor das parcelas”, com 26% de entrevistados excluídos. Nessa linha de justificativa, o motivo “não conseguiu pagar” foi anotado por 22%.
Como complemento, apesar das justificativas, ficou evidente a redução de cancelamentos verificada de 2022 para 2023. O avanço dos que responderam que não cancelaram, foi de 52% para 63%, um crescimento de onze pontos percentuais.
Entre os que estão planejando, 46% têm objetivos patrimoniais sinalizando para Imóveis (residenciais, veraneio, terrenos ou comerciais). Tanto para lazer como para fins de trabalho, 37% focaram em Veículos Leves (carros, utilitários, elétricos, híbridos), novos ou seminovos.
Na síntese da pesquisa qualitativa é possível compreender as principais razões do crescimento de interesse e das adesões ao Sistema de Consórcios no ano passado.
Ao comentar a quarta edição da pesquisa Kantar, Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC, pontuou ser possível observar forte conhecimento sobre educação financeira entre consorciados e conhecedores. Entre todos os comentários citados, em especial o mais recente, ficou evidenciada a evolução positiva em seus perfis de consumidor.
Ao considerar o foco no planejamento como base de decisão, Rossi acrescentou que “os levantamentos comparativos demonstraram um consorciado responsável, atento às expectativas da família e aos compromissos, preservando as finanças pessoais. Um consumidor mais maduro ratificou o forte crescimento registrado em 2023, comprovando a importância do planejamento nas decisões pelo consórcio com vista à aquisição de bens ou contratação de serviços, independente de gênero, faixa etária ou classe social”.