25 de dezembro, 2024

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Colesterol alto é fator de risco para demência

Colesterol alto é fator de risco para demência

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Colesterol alto e perda de visão somam-se aos 12 fatores de risco modificáveis previamente identificados para demência, conclui um novo relatório da Comissão Lancet de 2024.

Segundo os pesquisadores, o potencial para prevenir e controlar melhor a demência é alto, caso as ações de combate a esses fatores de risco comecem ainda na infância e continuem ao longo da vida, mesmo em indivíduos com alto risco genético para demência.

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O novo relatório, apresentado pela terceira Comissão Lancet sobre prevenção, intervenção e cuidados com a demência, na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer (AAIC 2024), descreve 13 recomendações para ajudar a diminuir riscos, incluindo reduzir fatores de risco vasculares, como colesterol alto, diabetes, obesidade e hipertensão arterial.

Os dois novos fatores de risco, colesterol alto e perda de visão, foram adicionados a outros 12 previamente identificados pela Comissão Lancet em 2020 (níveis mais baixos de educação, deficiência auditiva, pressão alta, tabagismo, obesidade, depressão, inatividade física, diabetes, consumo excessivo de álcool, lesão cerebral traumática, poluição do ar e isolamento social), que estão associados a 40% de todos os casos de demência.

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O novo relatório estima que os fatores de risco associados à maior proporção de pessoas que desenvolvem demência na população global são deficiência auditiva e colesterol LDL alto (7% cada), juntamente com menos educação no início da vida e isolamento social na vida adulta (5% cada).

O endocrinologista Joaquim Custódio, presidente do Departamento de Dislipidemias e Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), explica que o colesterol é essencial para o funcionamento do organismo, compondo as células de diversos órgãos e atuando como precursor na formação de hormônios e vitaminas. No entanto, os níveis devem ser controlados para evitar complicações, especialmente as doenças cardiovasculares, como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC), que hoje são a principal causa de morte no mundo e no Brasil, com 300 mil óbitos anuais.

O médico alerta que apesar de o controle poder ser alcançado através de medidas não farmacológicas, como dieta e exercícios físicos, o desequilíbrio do metabolismo biolipídico, ou seja, a capacidade do fígado de remover o colesterol do corpo, é a principal causa do colesterol alto. “Cerca de 70% do colesterol no sangue é produzido pelo fígado, enquanto apenas 30% vêm da alimentação, por isso, em muitos casos, é necessário o uso de medicações”, ressalta Custódio.

Atualmente, as estatinas são as medicações mais utilizadas no controle do colesterol. Segundo o endocrinologista, o tratamento adequado com essas drogas pode reduzir significativamente a mortalidade. “A cada redução de 40 mg/dL no colesterol LDL, a mortalidade por infarto do miocárdio diminui em 20%. Portanto, quanto mais alto o colesterol, mais importante é o tratamento”, reforça Custódio, enfatizando que a adesão ao tratamento é essencial para garantir resultados a longo prazo.

Os níveis ideais de colesterol variam de acordo com o histórico de enfermidades e fatores de risco de cada pessoa. De maneira geral, sem fatores agravantes, o LDL deve ser mantido abaixo de 130 mg/dL. Mas, para quem já sofreu um infarto, a meta é mais rigorosa, com LDL entre 50 e 70 mg/dL.

No dia 8 de agosto, é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Colesterol. A data foi criada como estratégia para promover ações de conscientização e prevenção contra o colesterol alto. Neste ano, a SBEM lança uma campanha de conscientização com o tema “Cuidar do colesterol é cuidar da longevidade – o verdadeiro ‘anti-aging'”.

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