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Em Março de 2023 entrou em vigor a Lei no 14.443/2022 que facilita a laqueadura e a vasectomia, reduzindo a idade mínima de esterilização voluntária de mulheres e homens, de 25 para 21 anos, e acabou com a exigência do consentimento por parte do cônjuge para realização destes procedimentos. A laqueadura passou a ser permitida durante a internação para o parto. Se for cesariana, pode ser realizada na mesma hora. Estudo publicado em 2020, mostra crescimento da realização das vasectomias no SUS entre 2009 e 2018, devido maior aceitação e procura pela vasectomia em todo Brasil, sendo que as principais razões estão na maior segurança, menor taxa de complicações e menor custo da vasectomia quando comparada com a laqueadura.
Segundo o Dr. Flávio Haruyo Iizuka, diretor da Clínica Médica Iizuka em SP, a vasectomia é uma cirurgia segura que impede o homem de ter filhos, realizada com anestesia local, que consiste em cortar, cauterizar e envelopar o canal deferente, que é o canal que conduz os espermatozóides dos testículos até seu reservatório interno chamado vesícula seminal, fazendo que o sêmen não tenha mais espermatozóides, tornando o paciente estéril. O procedimento cirúrgico é muito simples, com duração de 30 minutos em média, podendo ser realizada em consultórios médicos ou em centro cirúrgico. Pode ser realizada, segundo Dr. Iizuka, gratuitamente pelo SUS ou em hospitais privados com cobertura pelos planos de saúde.
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A popularidade crescente da vasectomia e maior preferência com relação à laqueadura, não é acompanhada de um esclarecimento à altura por parte dos pacientes, segundo Dr. Iizuka. Ele ressalta que todo paciente precisa conhecer pelo menos 5 fatos importantes antes de ser submetido a uma vasectomia:
1. A vasectomia protege de uma gravidez indesejada, mas não previne infecções sexualmente transmissíveis (IST). Assim, o uso de preservativos ainda é recomendado como forma de prevenir as ISTs que estão em incidência elevada na população sexualmente ativa, com altas taxas de transmissão de HIV, sífilis e gonorreia.
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2. A cirurgia não tem efeito imediato. Depois de realizada a cirurgia é necessário manter algum método anticoncepcional, como camisinha ou pílula anticoncepcional, e aguardar a realização do exame de espermograma que comprova a eficácia da cirurgia após 20-25 ejaculações e também 2 meses após cirurgia. O Dr. Iizuka recomenda repetir o exame após 1 ano da cirurgia pelo risco de < 1% de recanalização espontânea dos deferentes.
3. A vasectomia deve ser encarada como um método de planejamento familiar definitivo. Apesar de a cirurgia de reversão de vasectomia estar disponível, ela nem sempre tem sucesso. Diferente da vasectomia que pode ser realizada gratuitamente ou com cobertura pelo plano de saúde, a reversão não é gratuita e nem coberta por planos de saúde, tendo um custo muito elevado. O sucesso depende de vários fatores, sendo um deles o tempo decorrido de vasectomia, sendo alta a probabilidade de reversão apenas quando a vasectomia é recente, ou seja, realizada há menos de 2 anos.
4. A vasectomia não provoca efeitos adversos como obesidade e nem maior risco de câncer de próstata. A produção hormonal pelos testículos não é afetada pela cirurgia de vasectomia. Os testículos não sofrem atrofia ou qualquer alteração funcional. O bloqueio dos canais deferentes faz com que a produção dos espermatozóides seja interrompida e os já produzidos são reabsorvidos.
5. O arrependimento de ter realizado vasectomia pode acontecer, segundo Dr. Iizuka, em 2 situações que devem ser consideradas antes de realizar o procedimento. Uma situação é a separação do casal, e novo casamento com uma mulher geralmente mais nova e sem filhos, que tem a maternidade como desejo, e a segunda situação, é a perda inesperada de um ou mais filhos, fato possível em um mundo com muita violência. A discussão com um especialista sobre a possibilidade de realizar o congelamento de esperma antes de realizar a vasectomia pode preservar a fertilidade, algo que pode ser considerado prudente em pacientes que não tem o perfil ideal de ter 2 ou mais filhos, estejam separados ou não disponham de um relacionamento estável.
O paciente deve procurar sempre um urologista qualificado que esclareça todas as suas dúvidas antes de tomar a decisão muito importante de considerar a vasectomia como seu método de escolha de planejamento familiar.