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As metas de início de ano, normalmente, incluem buscar uma melhor forma de lidar com os problemas cotidianos e adotar novas posturas diante dos obstáculos, além de um estilo de vida mais saudável. Um dos maiores desafios em relação a esses objetivos é controlar as emoções para que não afetem a saúde mental. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil lidera o ranking de casos de depressão na América Latina. Relatório da instituição intergovernamental aponta que a doença atinge 5,8% da população (cerca 11,5 milhões de brasileiros).
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Em meio a esse cenário, a campanha Janeiro Branco, realizada anualmente, se mostra importante em termos de conscientização sobre os cuidados com a saúde mental. No entanto, essa priorização com o bem-estar deve ser feita o ano todo, conforme avalia o presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos em Minas Gerais (ABRH-MG), Leandro Souza de Pinho. Segundo ele, a ansiedade, o estresse, a depressão, burnout e outros males podem impactar, negativamente, a vida pessoal e profissional do trabalhador, inclusive ocasionando o desligamento em alguns casos.
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Como forma de evitar essa situação, Pinho indica que o melhor é traçar metas realistas para evitar frustrações e expectativas desnecessárias que possam desencadear sentimentos de fracasso e frustração. Além disso, deve haver definição de limites para evitar sobrecargas de quaisquer tipos e priorizar o que é essencial para o bem-estar físico e emocional, como praticar esportes, ter hobbies e participar de atividades que causem sensação de paz e satisfação.
A depressão, considerada o “Mal do século” pela OMS, apresenta sinais como tristeza, pessimismo, baixa autoestima e desânimo. Em caso da persistência desses sintomas ou outros relacionados à saúde mental, é recomendável a busca de auxílio profissional da área.
De acordo com o presidente da ABRH, a identificação de profissionais que estejam enfrentando momentos desafiadores e que necessitam de apoio psicológico pode ser um desafio, mas existem sinais e estratégias que as empresas, juntamente com o departamento de Recursos Humanos (RH), podem adotar para oferecer o suporte. “No caso de estresse e sobrecarga, há mudanças comportamentais, como irritabilidade, falta de concentração e isolamento social”.
Pinho alerta também sobre as mudanças no desempenho profissional. Segundo ele, há variações significativas que podem indicar que um colaborador está enfrentando dificuldades. É o caso de atrasos constantes, erros não característicos ou queda notável na produtividade.
De acordo com o presidente da ABRH/MG, como forma de ajudar os colaboradores, as empresas precisam adotar uma cultura organizacional que promova a comunicação aberta. “Os gestores e colegas devem estar atentos às preocupações dos colaboradores e encorajá-los a compartilhar suas experiências e necessidades”, explica.
Segundo ele, “as empresas que promovem ações que vão além das campanhas informativas, promovendo um ambiente psicologicamente saudável e apoio quando os funcionários precisam, conseguem gerar mais retenção e engajamento das suas equipes”. O especialista acrescenta que as firmas também podem cooperar com os funcionários por meio da implantação de programas de bem-estar no ambiente de trabalho, que incluam atividades relacionadas à saúde mental, como workshops de gerenciamento de estresse, treinamento para os gestores sobre como reconhecer sinais de estresse e oferecer suporte e acesso a profissionais de saúde mental e dentre outras iniciativas que promovam esse cuidado.
A ALE, quarta maior distribuidora de combustíveis do Brasil, desenvolve ações focadas em saúde ocupacional, com uma abordagem integrativa de caráter preventivo. De acordo com o presidente da empresa, Fulvius Tomelin, são promovidos Calendário Anual de Campanhas (cada mês com uma temática distinta), Diálogo Semanal de Segurança (DSS) e Monitoramento da Saúde Física. “Mantemos, desde 2020, o ‘Conte com a Gente’, um programa assistencial com objetivo de promover e reforçar a saúde e o bem-estar físico e emocional, prestando orientações psicológicas, nutricionais, fisioterápicas e em educação física”, comenta. O programa inclui os cerca de 1.100 colaboradores e seus dependentes diretos (cônjuge, filhos e enteados), inclusive abrange os estagiários e menores aprendizes da ALE.