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O estudo “O impacto da gentileza nas empresas”, publicada pela Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento em março de 2020, explora os diversos conceitos e tipos de gentileza, oferecendo uma base teórica sólida para compreender sua relevância, especialmente no contexto organizacional. Ao destacar as maneiras de estimular e disseminar a prática da gentileza, a pesquisa sugere que ambientes de trabalho mais harmoniosos são mais eficazes.
Com base em pesquisas teóricas e empíricas realizadas, o estudo afirmar que a gentileza, diante dos mais diversos desafios que as pessoas enfrentam no meio corporativo, é uma ferramenta para se humanizar as relações, garantindo mais bem-estar e felicidade às pessoas bem como melhores resultados financeiros e produtividade às empresas. “As pessoas desejam cada vez mais felicidade e bom tratamento, ao mesmo tempo as empresas anseiam por resultados cada vez melhores, e esses desejos podem ser realizados”, aponta a pesquisa, que concluiu que a gentileza no ambiente de trabalho gera, além de bem-estar, “engajamento e envolvimento das equipes e melhores entregas, produtividade e resultados mais eficientes”.
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Em 2016 a pesquisa anual global de CEOs da PwC, “Redefining business success in a changing world CEO Survey”, já apontava para este caminho ao constatar que a gentileza aumenta o comprometimento dos funcionários com a organização, elimina barreiras de comunicação, minimiza a competição negativa entre a equipe e fortalece os relacionamentos com outros parceiros de negócios e investidores.
Já neste ano, a pesquisa anual da Pwc apontou que quarenta por cento dos CEO globais pensam que a sua organização deixará de ser economicamente viável dentro de dez anos, se continuar no seu rumo atual. Esses dados concretos sublinham um duplo imperativo enfrentado por 4.410 CEOs de 105 países e territórios que responderam à 26ª Pesquisa Anual Global de CEOs da PwC. “A maioria desses CEOs sente que é extremamente importante reinventar seus negócios para o futuro”, aponta o documento. Para Charles Betito, especialista em treinamento de lideranças e promoção de saúde mental no trabalho, a chave para essa reinvenção está nas ferramentas que as empresas vão utilizar para gerenciar seus times: “a gentileza emerge como uma poderosa ferramenta para impulsionar a motivação, o engajamento e a produtividade das equipes”, diz.
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“Para os líderes, ser gentil com os funcionários não é apenas um gesto nobre, mas uma maneira eficaz de reter talentos, cultivar uma cultura de trabalho saudável e alcançar resultados positivos”, explica Betito, ressaltando que quando os líderes reconhecem e elogiam seus colaboradores, estão alimentando uma atmosfera de reconhecimento e motivação.
Para Betito, isso não é apenas uma ideia idealista; é uma estratégia comprovada para melhorar o desempenho, a satisfação dos funcionários e a saúde mental. Ele ressalta também que esta habilidade é um elemento-chave dos valores e ideais corporativos que moldam como uma organização é percebida por funcionários e clientes. Pontuando que muitas empresas socialmente responsáveis aderem a um conjunto de valores fundamentais bem definidos que enfatizam a confiança, honestidade, integridade e respeito, ele diz que “a gentileza é fundamental para a expressão plena e incorporação desses valores, uma vez que estão enraizados na capacidade das pessoas de interagir de maneira positiva e construtiva, com confiança e apoio”.
O especialista assegura que a gentileza é uma competência que pode ser cultivada e refinada através de práticas e ferramentas específicas. Inclui-se nesse conjunto de recursos o uso de feedback construtivo, a participação em cursos de comunicação assertiva e a formação em liderança. Contudo, ele alerta que é fundamental que as empresas evitem o erro recorrente de restringir o desenvolvimento da gentileza a um mero treinamento isolado. Ao contrário, ele lembra que essa habilidade precisa ser incorporada como parte integral de uma abordagem mais abrangente de crescimento pessoal e profissional. “A gentileza não é um atributo isolado; ela interage e se entrelaça com outras competências, como empatia, resiliência emocional, habilidades interpessoais e liderança ética”, pontua, afirmando que seu cultivo deve ser integrado a programas de desenvolvimento que promovam o aprimoramento holístico dos indivíduos, não apenas como profissionais, mas também “como seres humanos que contribuem para um ambiente de trabalho saudável e colaborativo”.
Como incorporar a gentileza no trabalho
Betito, que trabalha junto com as empresas para ajudar a desenvolver a gestão de pessoas através da Mind Station, empresa de consultoria de RH especializada em desenvolvimento humano e educação corporativa, aponta algumas estratégias simples para integrar a gentileza na rotina de trabalho:
- Autocuidado: “Lembrar de que ser gentil consigo mesmo é o primeiro passo. É sempre bom gerenciar a carga de trabalho, estabelecer limites e tirar tempo para o bem-estar físico, emocional e mental”.
- Fazer o trabalho com responsabilidade: “Cumprir as responsabilidades no trabalho de maneira consistente e responsável é muito importante. É preciso estabelecer metas diárias e buscar sempre feedback para melhorar constantemente”.
- Conectar-se com intenção: “Em ambientes de trabalho remoto, é sempre bom ser intencional em estabelecer conexões significativas com colegas. Mostrar interesse genuíno, praticar a escuta ativa e aprender sobre os desafios e motivações das pessoas da equipe”.
- Reconhecer e elogiar: “Elogiar autenticamente os colegas, destacando conquistas específicas, reforça a sensação de valor e aumenta a moral da equipe”.
- Feedback positivo: “Ao oferecer feedback, é preciso sempre ser claro, específico e equilibrado: começar com o feedback positivo e fornecer sugestões de melhoria de maneira construtiva”.
- Cultivar a cultura de gentileza: “Os líderes podem criar uma cultura de gentileza promovendo valores como respeito, empatia e colaboração. Incentivar a inovação e a comunicação aberta para fortalecer os laços da equipe é um ótimo começo!”