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Há algum tempo desde que o estereótipo clássico do ‘velhinho’ deixou de ser adotado por pessoas 60+. Nos últimos anos, o Brasil tem acompanhado a onda dos ‘influenciadores sêniores’, que invadiram as redes sociais, com perfis humorísticos, inspiradores e até mesmo os influenciadores fitness da terceira idade. Os idosos têm, cada vez mais, aderido a comportamentos comumente vistos entre pessoas mais jovens, como uso de eletrônicos, cabelos coloridos e até mesmo as tatuagens, hoje considerada arte.
As tatuagens, aliás, têm despontado entre as pessoas 60+, que decidiram marcar, em sua pele, os momentos mais importantes de sua vida. De números com datas de nascimento de filhos ou netos, beija-flores até uma grande tribal na nuca, como é o caso de Dona Judith, de 86 anos, conhecida nacionalmente por possuir mais de 60 tatuagens pelo corpo, tenho iniciado essa paixão somente aos 72 anos.
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Uma pesquisa divulgada pela PUC-RS demonstrou que a maioria dos entrevistados que realizaram suas tatuagens entre 14 e 19 anos, se arrependeram anos mais tarde da arte corporal. Fato que, de acordo com a pesquisa publicada pela Universidade, não se viu em pessoas que fizeram sua primeira tatuagem com 50 anos ou mais. Esse fato, de acordo com a opinião dos entrevistados, se dá pelo fato da maturidade e absoluta certeza sobre aquilo que desejam marcar permanentemente em suas peles.
Segundo a mais recente pesquisa sobre o tema, divulgada pelo IBGE, a população no Brasil tem apresentado constante envelhecimento, sendo que o número de pessoas com mais de sessenta anos já chega a quase 15% do total da população. Além de a pesquisa ter apontado os avanços da medicina como um forte aliado para este crescimento exponencial, acredita-se também que a forma como os idosos de hoje levam a vida, faz com que vivam por mais anos.
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Seja por um desejo antigo, impedido pelo fato de, até poucos anos atrás, as tatuagens serem marginalizadas, seja por falta de coragem, que só veio com a melhor idade, ou qualquer outro motivo, idosos têm procurado estúdios de tatuagens com algumas dúvidas, dentre as quais as duas que mais surgem estão relacionadas a cuidados necessários e a respeito das mudanças que os desenhos podem sofrer, dada a pele mais envelhecida.
Daniel Couto, CEO do iTattoo Club, afirma ser totalmente verdadeiro que a pele, com o passar dos anos, pode sofrer variações que podem causar mudanças significativas na aparência das tatuagens, mas explica: “A medida que os anos passam, a tecnologia relacionada à tatuagem se atualiza. Com materiais cada vez mais modernos e profissionais muito mais especializados em diferentes técnicas, é possível que a real função da tatuagem seja completamente mantida. Com retoques periódicos, alguns cuidados específicos, é totalmente possível fazer e manter uma linda tattoo mesmo tendo mais de 60, 70, 80, 90 anos.”, explica o especialista.
Couto explica que em termos de cuidados, eles são os mesmos para qualquer idade. Além de prestar bastante atenção quanto à higiene do ambiente escolhido e dos instrumentos, além dos equipamentos de segurança do tatuador. “Talvez o único cuidado maior seja quanto a clientes diabéticos. No quadro de diabetes não tratado, por exemplo, qualquer procedimento, mesmo que minimamente invasivo como é a tatuagem, pode ter algum problema no processo de cicatrização. Fora isso, não há qualquer restrição por conta da idade.”, conclui.
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