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Uma pesquisa realizada pela consultoria Deloitte para a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) estima que as instituições bancárias do país planejam investir R$ 45,1 bilhões em tecnologia em 2023. O montante é 29% maior do que o indicado no ano passado, quando foram destinados 34,9 bilhões para o aperfeiçoamento tecnológico das instituições.
Segundo o que foi coletado nos questionamentos com os participantes da pesquisa, os investimentos neste ano deverão ser focados em Inteligência Artificial Analytics e Big Data, em busca de personalização no relacionamento com clientes e maior eficiência na exploração de dados. Outra área que deve ter os investimentos ampliados é migração para Cloud, que deve receber mais 20% em 2023.
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As facilidades digitais adotadas pelas instituições financeiras brasileiras, especialmente aquelas que fornecem serviços bancários apenas no formato digital, ganhou a preferência dos brasileiros. Segundo levantamento divulgado no início do ano, o Brasil é o país com mais contas digitais do mundo. Atualmente, pelo menos 43% dos brasileiros já possuem uma conta digital e esse percentual deve chegar aos 27% até 2027.
Com mais de 12 anos de experiência em Tecnologia da Informação, o desenvolvedor de softwares Tiago Ribeiro de Souza confirma que era da indústria digital 4.0 também alcança as empresas financeiras e, por isso, são crescentes os investimentos em digitalização, especialmente no que se refere à automação de máquinas.
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“Essa revolução trará mais transformação digital para as empresas de modo a aumentar a confiança e eficiência no fornecimento de serviços financeiros e na segurança de dados para seus clientes, seguindo as normas LGPD, a Lei Geral de Proteção de Dados”, comenta.
O profissional ressalta que maior segurança, velocidade, conveniência, cobertura e experiência ao cliente são os benefícios que vêm impulsionando os investimentos em tecnologia feitos por empresas do setor financeiro. Ele destaca que na área de Softwares, novas tecnologias têm sido usadas para adequar os sistemas e suas inovações, o que inclui Blockchain, Criptomoedas, Big Data, Inteligência Artificial, Soluções de Segurança Cibernética e Banco Digital.
“As aplicações de soluções de software na indústria permitiram que as empresas financeiras desenvolvessem soluções tecnológicas inovadoras substituindo soluções antigas que são desproporcionais para a grande quantidade de dados financeiros que os sistemas necessitam processar”, explica ele, acrescentando que “a construção de sistemas de pagamentos online, gerenciamento de riscos, soluções de segurança cibernética, análises avançadas e processos de nuvem gerou um melhor controle de recebimento de pagamentos, praticidade e segurança para o cliente, evitando transtornos com talões de cheques, cartões de crédito e, ainda, a necessidade de andar com uma alta quantidade de dinheiro na carteira”.
O profissional esclarece também que a transformação digital aplicada à tecnologia financeira possibilita que as empresas obtenham informações em tempo real, com mecanismos avançados de aprendizado de máquina, capazes de entender melhor o comportamento do cliente e oferecer uma melhor experiência a ele. “E foi assim que instituições como bancos criaram estratégias com um aumento em seu portfólio de produtos e novas funcionalidades contribuindo para o acesso digital e suporte a todos os clientes”, conclui.
Banco Central do Brasil já testa moeda digital
Os investimentos para tornar as movimentações financeiras cada vez mais tecnológicas já chegaram na moeda brasileira, o real. No mês de agosto, o Banco Central do Brasil anunciou que a moeda digital brasileira vai se chamar Drex. Segundo a instituição, o Drex é a nova representação do real e será usado em uma plataforma com tecnologias que permitem a prestação de serviços financeiros como solicitação de empréstimos, pagamentos ou recebimentos de bens móveis (como carros) ou imóveis, entre outros serviços.
Em março passado, o Banco Central do Brasil já havia anunciado o início dos testes com uma plataforma para as operações com a nova moeda digital. A plataforma, chamada de “Piloto RD”, está alinhada com diretrizes atualizadas neste ano. As discussões e iniciativas sobre o lançamento da moeda em formato digital iniciaram em 2020.
Segundo o que divulgou o órgão, para o desenho da infraestrutura dos testes, o órgão levou em conta a tendência crescente de tokenização (representação digital de um bem ou produto) de ativos e a emissão de ativos digitais em plataformas de “registro descentralizado não reguladas”. Ainda segundo a instituição, com a condução do Piloto RD, serão avaliados os ganhos de programabilidade permitida por uma plataforma DLT (Distributed Ledger Tecnology) por meio de operações com ativos tokenizados.