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Nesta terça-feira (8) foi divulgada a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM) em que, na semana passada, foi diminuída a taxa básica de juros da economia em meio ponto percentual. A ata de hoje reforçou a expectativa do mercado de novos cortes de 0,5% nas próximas reuniões, ritmo considerado adequado pelo COPOM. Com isso, a taxa básica que hoje está em 13,25% deve atingir 11,75% em dezembro. Mas qual é o impacto dessa redução?
A rigor, a queda da taxa básica de juros tem várias implicações para a economia. Por exemplo, o estímulo ao consumo e investimento. Com juros mais baixos, os empréstimos e financiamentos se tornam mais acessíveis, o que incentiva o consumo das famílias e o investimento das empresas, impulsionando a atividade econômica.
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De início, os setores mais favorecidos são aqueles que produzem bens duráveis, como casas e carros, comumente adquiridos mediante financiamento pelos consumidores junto a instituições financeiras. O que pode aquecer setores da economia vinculados a esses produtos, como a construção civil, em um caso, ou o setor de autopeças, no outro, causando um efeito em cadeia sobre o conjunto da economia.
Outro efeito importante é a valorização de ativos financeiros. Com juros menores, os investidores podem buscar maiores retornos em outros ativos financeiros, como ações e títulos privados, o que pode impulsionar o mercado de capitais e induzir novos investimentos pelas empresas.
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Entretanto, o impacto dos juros sobre a economia não acontece de forma imediata. É preciso tempo para que seus efeitos sejam percebidos. Segundo o economista Lucio Freitas, do Grupo Euro 17, “o efeito dos juros sobre os preços, por exemplo, pode demorar nove meses. Contudo, há efeitos mais imediatos, como a melhora nas expectativas”. O economista explica que ao diminuir a taxa de juros de curto-prazo, e sinalizar novos cortes, os juros futuros também caem, dadas as melhores perspectivas da economia. Assim, as empresas poderão captar recursos com juros menores à frente, o que favorece o investimento na produção.
Por outro lado, observa Freitas, “a taxa de juros neutra, que não freia a economia, é de 4,5%; somada a mais 3,5% da meta de inflação, alcançamos uma taxa de 8%. Com a taxa básica perto de 12%, ainda vamos permanecer um bom tempo no campo restritivo da política monetária. O crescimento vai depender mais de outros incentivos, como a reforma tributária e a política fiscal”.