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De acordo com dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), a doença hemorroidária atinge cerca de 50% das pessoas a partir dos 50 anos. Além disso, a cada ano, por volta de 25 mil pacientes são operados por causa das hemorroidas no SUS (Sistema Único de Saúde).
Segundo a SBCP (Sociedade Brasileira de Coloproctologia), associação médica da especialidade médica e cirúrgica que trata de doenças do intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus, hemorroidas são estruturas formadas por vasos sanguíneos, situadas na parte interna do canal anal. A doença hemorroidária ocorre quando estas estruturas inflamam, aumentam de tamanho ou apresentam sintomas.
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As veias hemorroidárias são mais suscetíveis ao represamento de sangue e consequente aumento da pressão sanguínea. Por este motivo, qualquer fator que aumente a pressão na região – como a gestação, o esforço excessivo para evacuar, rotinas profissionais ou práticas esportivas que exijam muito esforço físico, levantamento de peso ou muito tempo sentado – pode ser considerado causador da doença.
“Predisposição genética, dieta e estilo de vida inadequados também causam o aumento do fluxo arterial na região das hemorroidas, fazendo com que comecem a sangrar e fiquem expostas do lado de fora do canal anal’, explica o Dr. Carlos Mateus Rotta, coloproctologista e cirurgião do aparelho digestivo. A doença hemorroidária é considerada interna quando ocorre acima da linha pectínea, e externa quando se apresenta abaixo da linha pectínea, ambas no canal anal.
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São quatro os graus de classificação da doença hemorroidária. No primeiro grau, apresenta sangramento, coceira ou desconforto. Já no segundo grau, é possível identificar um prolapso, ou a saída, através do ânus durante evacuação ou atividade que exija esforço – mas que retorna à posição original espontaneamente.
Conforme esclarece o Dr. Rotta, “nos primeiros graus, o tratamento pode ser realizado com medicamentos e procedimentos ambulatoriais simples, como a ligadura elástica”. No entanto, hemorroidas de grau dois que não respondem ao tratamento clínico, grau três, que sangram e/ou só retornam com a ajuda manual, e grau quatro, que não voltam à posição original nem com auxílio, são casos que carecem de intervenção cirúrgica.
Tratamento cirúrgico sem cortes
Dentre as opções cirúrgicas, Dr. Rotta explica que existem ao menos três métodos: a forma convencional, por meio de cortes ; o grampeamento; e a desarterialização, a técnica mais moderna. “A desarterialização hemorroidária é menos dolorosa, com menos sangramento no pós-operatório e menor risco de complicações, segundo os estudos científicos”.
Um estudo publicado na revista americana Journal of Gastrointestinal Surgery (Periódico de Cirurgia Gastrointestinal, em livre tradução), que comparou a Desarterialização Hemorroidária Transanal Guiada por Doppler (DG-THD) e a Hemorroidopexia Grampeada (SH), ambos procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos, revelou que os níveis de dor pós-operatória em pacientes de DG-THD foi significativamente menor do que em pacientes de SH.
A pesquisa concluiu que o tratamento cirúrgico por meio da desarterialização é a primeira linha de intervenção cirúrgica, em hemorroidas de terceiro grau. Dr. Rotta explica o porquê. “O paciente costuma receber alta no mesmo dia do procedimento e a diminuição dos riscos, da dor e dos sangramentos são outros fatores positivos”.
Dra. Vanessa Prado, coloproctologista do Hospital Nove de Julho explica que a desarterilização é a técnica mais realizada em seu dia a dia. “Indicada para doença hemorroidária, hoje é a técnica mais moderna porque usa um doppler que localiza a vascularização interna que gera a hemorróida e, sem fazer cortes, fazemos a desarterilização. Esse procedimento gera menos dor no pós operatório, menor ou quase nenhum sangramento e mais breve retorno às suas atividades profissionais.”
Ademais, o Dr. Marcos Hyppolito, coloproctologista do Hospital Sirio Libanês explica que por ser uma técnica minimamente invasiva, a desarterilização vem quebrando alguns estigmas de longa data como preconceito, vergonha e medo de realizar a cirurgia devido a técnica ser empregada em uma localização onde teoricamente o paciente não tem dor.
“Iniciei a técnica em 2016, sendo um dos primeiros cirurgiões a empregá-la em grandes centros Hospitalares de São Paulo capital, e afirmo com toda certeza que é considerada uma opção segura e eficaz para tratar hemorroidas, com menos dor e tempo de recuperação em comparação com cirurgias mais invasivas, como a hemorroidectomia. No entanto, como com qualquer procedimento médico, podem ocorrer complicações, e os resultados podem variar de paciente para paciente,” finaliza Dr. Marcos.
A técnica consiste na localização e ligadura seletiva das artérias que apresentam fluxo aumentado. A partir disso, é realizado o anolifiting, que é o reposicionamento da mucosa em sua sede natural, proporcionando um aspecto funcional e estético. Uma espécie de nó reduzirá o fluxo sanguíneo fazendo com que a doença seja resolvida, sem a necessidade de cortes. “É uma técnica amplamente praticada nos países desenvolvidos e se tornou alternativa para pacientes que evitavam a cirurgia tradicional por medo da dor causada pelos cortes”, conclui Dr. Rotta.
Para saber mais, basta acessar: https://hemorroidasemcorte.com.br/