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O sistema de consórcios encerrou o primeiro semestre deste ano somando 1,99 milhão de vendas de novas cotas, recorde histórico nos mais de sessenta anos da modalidade, versus 1,85 milhão atingidos no mesmo período do ano passado. Em um ano, houve crescimento de 7,6%.
Os acumulados setoriais de adesões anotaram 805,47 mil em veículos leves; 636,67 mil em motocicletas; 352,13 mil em imóveis; 128,51 mil em veículos pesados, 44,49 mil em eletroeletrônicos; e 25,41 mil em serviços.
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A Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios ABAC informou haver 9,67 milhões de consorciados ativos em junho, com alta de 10,4% sobre 8,76 milhões, referentes ao mesmo mês do ano passado.
Ao longo do semestre, os negócios realizados, a partir das adesões, alcançaram R$ 144,00 bilhões, 20,4% maior que os anteriores R$ 119,57 bilhões.
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Com os novos participantes buscando créditos maiores, o tíquete médio de junho chegou a R$ 77,85 mil, 15,5% acima dos R$ 67,40 mil obtido naquele mês em 2022.
Durante os últimos cinco anos, o tíquete médio vem retratando uma expansão nominal de 68,6% entre os valores médios apontados em junho. Ao descontar a inflação (IPCA) de 27,74% do período, na relação da diferença de R$ 46,17, em 2019, para R$ 77,85 em 2023, indicou valorização real de 32,0%.
Em paralelo, o acumulado de contemplações no primeiro semestre somou 804,49 mil, 8,1% superior às 745,02 mil, verificadas nos mesmos seis meses do ano passado, propiciando liberações de créditos para as potenciais aquisições.
No período, entre as contemplações por sorteio ou por lance foram constatadas 359,30 mil de motocicletas; 309,12 mil de veículos leves; 49,98 mil de imóveis; 36,07 mil de veículos pesados; 25,50 mil de eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 24,52 mil de serviços.
A concessão de créditos relativos aos consorciados contemplados, ocasião em que os objetivos são concretizados, alcançou R$ 39,98 bilhões, potencialmente injetados nos segmentos da economia onde o mecanismo está presente, com 17,6% mais que os anteriores R$ 34,01 bilhões.
Os 9,67 milhões de participantes ativos atingidos no final do primeiro semestre deste ano superam os resultados anuais sucessivos apurados de 2014 a 2022.
“Ao término do primeiro semestre, o sistema de consórcios seguiu apresentando gradativos e consolidados avanços”, analisa Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC. “Ao manter o ritmo de crescimento, o mecanismo, que já ultrapassou seis décadas de existência, suplantou marcas históricas em número de participantes, novas cotas comercializadas e negócios realizados, especialmente nos últimos dezoito meses”, complementa.
A constante evolução demonstrou principalmente maior consciência do consumidor sobre educação financeira. “Quando planeja suas compras, ele resiste, com pés no chão, em não se deixar levar pelos impulsos imediatistas. Mais ciente das responsabilidades advindas dos compromissos, só os assume quando se sente capaz de suportá-los e cumpri-los dentro do orçamento mensal”, detalha Rossi.
Consórcios marcam presença nos elos da cadeia produtiva
Desde a sua criação, o sistema de consórcios tem tido como um de seus principais objetivos, além das concretizações dos consorciados, ser importante no planejamento da produção industrial nos mais diversos segmentos da economia onde está presente, comprovando sua contribuição ao desenvolvimento do país.
Os consórcios estão em setores como o de duas rodas que, somente no primeiro semestre de contemplações, apontou a potencial aquisição de uma moto a cada duas comercializadas no mercado interno. No setor automotivo, a potencial presença esteve também em quase dois a cada três veículos leves vendidos no país.
Outro exemplo de participação pode ser verificado no mercado de veículos pesados, onde o mecanismo marcou quase uma a cada duas comercializações de caminhões negociados para ampliação ou renovação de frotas do setor de transportes com destaque para uso no agronegócio.
A forte presença dos consórcios na economia brasileira pode ser comprovada pelos totais de créditos concedidos e potencialmente inseridos, como nos mercados de veículos automotores e imobiliário. Nas liberações acumuladas de janeiro a junho, o Sistema de Consórcios atingiu 38,9% de potencial presença no setor de automóveis, utilitários e camionetas. No de motocicletas, houve 46,1% de possível participação, e no de veículos pesados, a relação para caminhões foi de 32,3%, no período.
No segmento imobiliário, somente nos cinco primeiros meses deste ano, as contemplações representaram potenciais 16,2% de participação no total de 261,47 mil imóveis financiados, incluindo os consórcios. Aproximadamente um imóvel a cada seis comercializados.
Dos 9,67 milhões de participantes ativos, os consórcios marcaram avanços de 29,0% nos veículos pesados; 22,0% nos eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; 18,2% nos imóveis; 10,6% nas motocicletas; 5,1% nos veículos leves. Somente em serviços anotou retração de 1,4%.
Em cada um dos setores, onde o mecanismo está presente, a totalização de cotas ativas ficou assim distribuída: 44,2% nos veículos leves; 28,2% nas motocicletas; 15,7% nos imóveis; 7,1% nos veículos pesados; 2,8% nos eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 2,0% nos serviços.
No primeiro semestre do ano a economia brasileira buscou se ajustar em diversas áreas, visando ampliar o cenário de desenvolvimento.
A busca de medidas para controlar a dívida pública, objetivando a redução da taxa de juros básica da economia, gerando com isso seu aquecimento, foi a principal preocupação. E ainda, depois da divulgação da deflação de junho e o cálculo da inflação indicando 3,16% para os últimos 12 meses, segundo o IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, considerando a previsão de queda da taxa de juros básica (Selic) atualmente em 13,75%, citada no Boletim Focus, a avaliação da assessoria econômica da ABAC é de boas perspectivas para o Sistema de Consórcios no segundo semestre.
“Com os primeiros seis meses contabilizando resultados progressivos, o sistema de consórcios, face às suas características e peculiaridades, deverá obter bom desempenho nos vários setores onde está presente, contando com comportamento planejador praticado pelos consumidores”, conclui Rossi.