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Um compositor pernambucano uniu elementos de heavy metal e música nordestina com orquestrações trabalhando com artistas de renome. Bruno Oliveira, músico, orquestrador, produtor e guitarrista natural de Recife (PE) que se formou na Berklee College of Music, participou como orquestrador para o cantor solo James LaBrie no álbum Beautiful Shade of Grey, da banda ganhadora do Grammy, Dream Theater -, lançado pela InsideOut Music.
O profissional conta que desde a infância ouvia e tocava heavy metal, formando-se como músico nesse gênero, além de ter estudado música clássica em conservatório. Porém, por ser naturalmente de Recife, os ritmos locais como baião, maracatu e frevo sempre fizeram parte de sua realidade, o que despertou a curiosidade e a vontade de explorá-los em suas músicas.
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“Bandas dos anos 90 no Brasil como Angra e Sepultura, das quais sou admirador, já haviam colocado elementos de música brasileira em seus álbuns. Entretanto, quando comecei a estudar música orquestral, percebi que havia muita coisa ainda não explorada em termos de possibilidades sonoras que a orquestra oferece ao heavy metal”, explica. “Então, imaginei como seria unir o metal, que é um som energético e agressivo, ao poder de uma orquestra sinfônica e toda a sua coloração à música nordestina”.
Bruno começou a colocar essa ideia em prática em sua colaboração como orquestrador para a banda estadunidense NorthTale, no álbum Eternal Flame, que inclui a nova sonoridade. “A música “Land of Mystic Rites”, influenciada pelo baião, contém uma citação de “Asa Branca” de Luiz Gonzaga e ganhou uma versão bônus especial orquestral na edição japonesa do disco”, conta.
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Também é possível notar a mistura em sua colaboração com a banda de metal sinfônico Americano-Brasileira FireWing em seu álbum Resurrection, que possui como principal elemento as orquestrações e assinou contrato com o selo Outono Music, criado pela Universal Music no Brasil, focado em música pesada.
Em suas produções, o compositor utiliza softwares de instrumentos virtuais para criar as orquestrações, programando-as para soar de forma realística.
Recentemente o músico também colaborou com um maestro de Manaus e produziu as orquestrações para os arranjos dele, que são de músicas regionais da Amazônia. “Sinto que essa mistura vem sendo muito bem recebida. A geração atual é muito eclética e a constante evolução e fusão de estilos é um grande atrativo”. Bruno ainda conta que desenvolveu essa técnica enquanto estudou trilha sonora na Berklee e quando esteve em contato com a indústria de Hollywood através de sua colaboração com a Bleeding Fingers Music, companhia de trilha sonora fundada pelo compositor, ganhador do Oscar, Hans Zimmer.