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A Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) e a Força-Tarefa pelo Ar Limpo (CATF, do inglês Clean Air Task Force) anunciam a assinatura de um memorando de entendimentos para a colaboração em projetos no setor de resíduos sólidos na América Latina e Caribe. A proposta é promover a mitigação das emissões de metano, gás de efeito estufa que tem um poder de aquecimento 80 vezes superior ao do dióxido de carbono, e que tem o setor de resíduos como responsável por 20% das emissões em âmbito global.
Um dos principais desafios encontrados na região é a gestão inadequada dos resíduos orgânicos. Embora a decomposição anaeróbia seja a principal fonte de emissões de metano do setor de resíduos, poucas iniciativas se concentram na prevenção, recuperação e utilização dos resíduos orgânicos. De acordo com o Panorama da gestão de resíduos na América Latina e no Caribe, cerca de 50% dos resíduos sólidos urbanos nestas regiões são orgânicos e somam cerca de 100 milhões de toneladas por ano.
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“Essa parceria é mais um passo importante não só para reconhecer o papel vital da indústria dos resíduos sólidos no combate às mudanças climáticas, como também para se comprometer a empreender as iniciativas necessárias para garantir que esse papel seja cumprido na prática, com efeitos positivos também para a saúde pública e proteção do meio ambiente”, diz Carlos Silva Filho, diretor presidente da Abrelpe e presidente da Associação Internacional de Resíduos Sólidos (do inglês, ISWA).
“Combater as emissões de metano no setor de resíduos é fundamental para combater as mudanças climáticas, e a mitigação traz consigo uma série de benefícios para os países, regiões e comunidades que tomem as medidas necessárias. A América Latina e o Caribe estão bem posicionados para fazer uso desses benefícios e temos o prazer de firmar essa nova parceria com a Abrelpe para garantir que isso aconteça”, diz Jonathan Banks, Diretor Global de Prevenção da Poluição por Metano da CATF.
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De acordo com a Abrelpe, no Brasil, cerca de 45,3% dos resíduos sólidos urbanos coletados nas cidades brasileiras correspondem à matéria orgânica, o que representa mais de 37 milhões ton/ano. Mesmo considerado principal fonte de emissões de metano, o resíduo orgânico não recebe a devida atenção, com poucas iniciativas de recuperação no Brasil, onde apenas 1,5% desse material é aproveitado, carecendo de ações para sua valorização e aproveitamento.