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Após a recessão provocada pela pandemia de Covid-19, as incertezas econômicas causaram uma movimentação no mercado de trabalho brasileiro onde, de um lado temos um aumento de pessoas em busca de emprego, e do outro, empresas que precisam de profissionais qualificados para ingressarem em equipes que estão cada vez mais enxutas.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), jovens entre os 18 e 24 anos enfrentam maior dificuldade na hora de conseguir o primeiro emprego ou recolocação. O índice de desocupação nesta idade ultrapassa os 19%, mais do que o dobro da média nacional, de 8,7%. Esta faixa etária, atualmente, atingiu o marco como o maior grupo populacional da história, somando 47 milhões de pessoas, segundo o levantamento realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em 2022. E ainda, 87,4% deste recorte que se forma no ensino médio da rede pública do país, apenas 31,3% saem com conhecimentos básicos da língua portuguesa, apontado pelos dados quantitativos de uma pesquisa de 2021 realizada pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB).
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Algumas iniciativas desenvolvem projetos para reverter esse cenário, a exemplo do Chef Aprendiz que atua desde 2015, por meio de ciclo de oficinas em diversas comunidades com o objetivo de capacitar jovens, moradores das comunidades de São Paulo capital e grande São Paulo, em situação de vulnerabilidade social para ingressarem no mercado de trabalho de modo mais preparado e autoconfiante. Cada edição, composta por 40 oficinas, apresenta conteúdos do ensino médio aplicado na culinária, técnicas básicas, história da gastronomia, nutrição, legislação, dinâmicas psicoterapêuticas em grupo, autoconhecimento, gestão de conflitos, educação financeira, carreira, preparo para entrevistas de emprego, elaboração de currículo e muitos outros temas.
“Dados internacionais indicam uma maior dificuldade dos jovens dessa faixa etária para ingressarem no mercado de trabalho por falta de oportunidades e recursos específicos. Há, inclusive, metas específicas dentro dos objetivos do desenvolvimento sustentável (ODSs) para que este grupo seja priorizado em termos de empregabilidade ao redor do mundo todo. Por isso, além de ensinar técnicas de gastronomia, buscamos apoiar o desenvolvimento emocional e técnico dos jovens para que se sintam mais preparados e seguros no mercado de trabalho, construindo suas próprias trajetórias a partir de escolhas conscientes e novas oportunidades. Após o ciclo de oficinas, a competição final e a formatura, os jovens passam por entrevistas em estabelecimentos parceiros que contam com oportunidades de empregos”, complementa Beatriz Mansberger, fundadora do Chef Aprendiz.
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Até junho de 2023, o Chef Aprendiz realiza simultaneamente dois ciclos de oficinas totalmente gratuitos, com duração de aproximadamente seis meses nos bairros: Belenzinho e Embu das Artes. Para a realização destas duas edições, o projeto conta com a lei de incentivo ProAC ICMS, e patrocínio das empresas como Comgás (diamante), Tirolez (ouro), Wickbold (prata), Kikkoman (bronze) e Oster® (bronze).
No final do primeiro semestre de 2023, o projeto social chegará a 200 jovens formados e 13 edições realizadas pelo Chef Aprendiz. Até 2022, 90% dos alunos receberam uma oportunidade na área. Alguns iniciaram na carreira gastronômica e depois seguiram por outros caminhos, como enfermagem, engenharia e psicologia. Desde 2015, 163 jovens participantes e aproximadamente 73% destes estão trabalhando ou participando de entrevistas de emprego. Entre os estabelecimentos que são parceiros e oferecem vagas estão o Hotel Emiliano, Palácio Tangará, Jui, Pato Rei, Jacarandá, Mica Chocolates, Handz by Rodrigo Einsfeld, Confeitaria Christina, Incânta Gourmet, entre outras cozinhas parceiras.