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A ABIMAQ, Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, divulgou na última segunda-feira (27/03), que o setor de máquinas e equipamentos apresentou, no mês de fevereiro, um crescimento de 7% em comparação com o mês anterior, anulando parte da queda registrada em janeiro. Em relação a fevereiro de 2022, por outro lado, houve decréscimo da ordem de 7,8% – a nona queda consecutiva no período. Assim, o setor encerrou o 1º bimestre de 2023 com um total negativo de 7,1% na receita líquida de vendas.
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Para o ano de 2023, o quadro é incerto. Setores produtores de bens, cujo consumo depende menos de crédito, como é o caso dos produtores de bens de consumo não duráveis e de infraestrutura , deverão registrar melhores resultados; enquanto setores mais dependentes da taxa de juros, como o de máquinas para agricultura e máquinas para a indústria de transformação, resultados piores.
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“Algumas medidas previstas pelo governo federal, visando fomentar o processo de reindustrialização, a agenda de competitividade baseada na reforma tributária e redução do custo de créditos aos investimentos, poderão, por outro lado, resultar em melhora da confiança nos setores produtivos, em especial no segundo semestre”, destaca Cristina Zanella, diretora de competitividade, economia e estatística da ABIMAQ.
Exportações e Importações
As exportações de máquinas e equipamentos apresentaram boa performance no primeiro bimestre de 2023. No período, o setor exportou mensalmente uma quantia superior a US$ 1 bilhão em máquinas e equipamentos, e acumulou um crescimento de 32%.
Este é um bom momento atravessado pela parte exportadora do setor de máquinas e equipamentos, onde foram observados resultados próximos ao do melhor período de desempenho, ocorrido em 2012. “Este movimento de alta permeou praticamente todos os setores produtores de máquinas e equipamentos. É o que tem ajudado a amortecer a queda das vendas no mercado doméstico”, destaca Zanella.
Por outro lado, as importações de máquinas e equipamentos apresentaram déficit de 4,2%, comparado com o mesmo período do ano anterior, e 11,9% abaixo do valor das importações de janeiro de 2023. “De forma geral, se observa, também pelo lado das importações, desaceleração dos investimentos em máquinas e equipamentos neste início de ano”, observa Cristina.
O consumo aparente de máquinas e equipamentos – resultado da soma da produção direcionada ao mercado interno com as importações – recuou 12,7% no primeiro bimestre de 2023, reflexo da fraqueza do mercado doméstico sob influência da política monetária restritiva.
NUCI, Pedidos e Empregos
No mês de fevereiro deste ano, o setor de máquinas e equipamentos atuou com 77,6% da sua capacidade instalada, 2% abaixo do nível observado em fevereiro de 2022. A carteira de pedidos, medida em número de semanas para atendimento, registrou nova queda, desta vez de 3,8%, sendo a terceira consecutiva. Atualmente, o setor possui uma carteira equivalente a 10,7 semanas de atividade, representando 5,4% inferior à de fevereiro do ano passado.
Mesmo registrando contração na receita líquida de vendas no primeiro bimestre deste ano, o setor de máquinas e equipamentos ampliou o número de empregados, sendo mais de quatro mil pessoas. No mês de fevereiro, houve alta de 0,5% na comparação mensal, atingindo o número de 394 mil pessoas empregadas. “Este setor exige uma mão de obra altamente qualificada, e evita ao máximo realizar demissões”, analisa Cristina Zanella. As indústrias de máquinas fornecedoras ao setor de bens de consumo duráveis e semiduráveis, construção civil e infraestrutura contribuíram para o aumento das contratações.