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O mercado de trabalho americano segue aquecido e demandando mão de obra em inúmeros setores, apesar das recentes demissões nas grandes empresas de tecnologia. Números do Departamento de Trabalho do país mostram que a taxa de desemprego em janeiro era de 3,4%, um dos níveis mais baixos historicamente.
Diante da falta de mão de obra qualificada, muitas empresas têm flexibilizado seus processos seletivos e buscado profissionais em outros países, como o Brasil, com empresas de inúmeros setores da economia e diferentes áreas de atuação nos EUA disputando talentos.
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De acordo com Thais Mei, CEO da Carreira EUA, primeira consultoria de carreira para brasileiros nos Estados Unidos, o cenário é a “tempestade perfeita” para quem quer ganhar em dólar e trabalhar para empresas norte-americanas. A empreendedora viu aumentar durante a pandemia a demanda das empresas por mão de obra estrangeira, abrindo as portas para imigrantes em um dos maiores mercados de trabalho do mundo Para se ter uma ideia, apenas nos últimos dois anos, a empreendedora ajudou mais de 500 brasileiros a conseguirem um emprego corporativo no mercado norte-americano.
De acordo com Thais, quem quer aproveitar o momento e começar 2023 correndo atrás de uma mudança na carreira precisa ter atenção às diferenças entre o processo seletivo do Brasil e dos Estados Unidos. “Vejo todos os dias excelentes profissionais perdendo meses na busca por um emprego nos EUA porque não conhecem a cultura do processo seletivo local.”, afirma.
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Segundo a especialista, falar inglês fluente nem sempre é necessário. “Se você se comunica bem em inglês, você tem oportunidades no país. Imigrantes se cobram muito sobre o nível do inglês, mas quem tem que avaliar isso é a empresa, e as empresas nos Estados Unidos contratam profissionais do mundo inteiro, estão acostumadas a trabalhar com pessoas que não têm o inglês perfeito, mas sabem se comunicar.”
Além de conhecer o processo seletivo norte-americano e deixar para trás a crença do inglês perfeito, a especialista recomenda que os candidatos usem ainda o português como um diferencial no processo seletivo, já que muitas empresas têm demanda por profissionais que falem inglês e português. “Acompanho toda semana no LinkedIn e são centenas de vagas nos EUA para fluentes em português e inglês, os brasileiros precisam usar a língua materna como um diferencial para conquistar essas oportunidades”, explica Thais.
Um relatório de 2022 do app de idiomas Preply classificou a língua portuguesa entre os idiomas mais buscados no mundo pelas empresas americanas com vagas para profissionais bilíngues. Ainda segundo o relatório, o salário médio de um profissional fluente em português trabalhando em Nova York é próximo de US$263 mil ao ano.
Para Thais, há diversas opções para profissionais que desejam se mudar para os Estados Unidos e para quem quer trabalhar remoto do Brasil, mas para isso é preciso investir em um LinkedIn, currículo e carta de apresentação nos padrões norte-americanos. “Também é possível usar as experiências e formação do Brasil para se candidatar para vagas”, afirma.
“O mercado americano é para todo mundo que se prepara, que busca informações e que não fica esperando o emprego dos sonhos cair do céu. Não importa o gap de carreira, o inglês que não é perfeito ou a pouca experiência. Sempre existem oportunidades nos EUA”, esclarece a especialista.