14 de novembro, 2024

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Aumenta  o número de casos de síndrome de olho seco no DF

Aumenta o número de casos de síndrome de olho seco no DF

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Os brasilienses já começam a sofrer os desconfortos provocados pela redução nos níveis da umidade relativa do ar. A estiagem, característica dos meses de julho a setembro no DF, causa não apenas problemas respiratórios, mas afeta, principalmente, a saúde ocular. Nessa época, os oftalmologistas percebem um aumento dos atendimentos relacionados nos consultórios, sendo a Síndrome do Olho Seco uma das maiores queixas dos pacientes. Esta é uma condição ocular caracterizada pela produção insuficiente ou pela má qualidade das lágrimas produzidas. Além do clima e da poluição, fatores como envelhecimento, uso excessivo de eletrônicos, condições médicas como artrite reumatoide e efeitos colaterais de medicamentos podem desencadear a síndrome.

A Síndrome do Olho Seco não tem cura e, caso ignorada, pode causar uma baixa significativa da visão. Usuários de lentes de contato precisam ter ainda mais cuidado, pois com a maior evaporação das lágrimas há um aumento no atrito das lentes com a superfície ocular o que pode resultar em irritação e, em alguns casos, lesões corneanas. E, ao contrário do que se possa pensar, o excesso de lacrimejamento também pode ser um sintoma de olho seco, indicando que os olhos estão tentando compensar a falta de umidade.

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O oftalmologista Eduardo José Rocha, especialista em Olho Seco, Alergias, Superfície Ocular, Pterígio, Blefarite, hordéolo e calázio do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB), empresa do Grupo Opty no Distrito Federal, observa ainda também um aumento no número de crianças e adolescentes que vêm apresentando o problema devido ao uso excessivo de computadores e smartphones. Segundo ele, a exposição prolongada a vídeos e imagens em movimento pode ser prejudicial à visão pois, ao focar nas telas, a frequência das piscadas é reduzida pela metade. “Essa diminuição na taxa de piscar influencia na evaporação do canal lacrimal, levando à insuficiente lubrificação dos olhos e resultando em ressecamento ocular, explica. O médico destaca alguns pontos que podem ajudar a identificar e evitar maiores problemas:

O que é a Síndrome do Olho Seco?

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Em um paciente saudável, o filme lacrimal é composto por três camadas: gordura, água e muco e o equilíbrio entre esses componentes que garante proteção adequada para os olhos. As glândulas meibomianas produzem a camada lipídica e desempenham um papel crucial ao reduzir a evaporação das lágrimas. Estão dispostas verticalmente, uma ao lado da outra, no interior das pálpebras superiores e inferiores. Quando fica disfuncional, essa camada torna-se mais fina, o que provoca instabilidade do filme lacrimal e maior evaporação da lágrima.

Quais são os sintomas mais comuns e como eles podem ser diferenciados de outras condições oculares?

Os mais comuns incluem sensação de ardência, coceira, vermelhidão, sensibilidade à luz e visão embaçada. Só um exame realizado por um oftalmologista consegue distinguir se os sintomas são em decorrência da Síndrome do Olho Seco ou de outras condições oculares, como alergias oculares, conjuntivite ou problemas refrativos, por exemplo. Então a orientação é nunca se automedicar e procurar sempre um especialista para diagnosticar corretamente o problema.

Que grupos de pessoas são mais propensos a desenvolver a síndrome do olho seco?

Estão mais propensos a desenvolver a patologia os idosos, mulheres (especialmente após a menopausa), pessoas que usam eletrônicos por longos períodos e ainda aquelas com certas condições médicas, como diabetes e problemas hormonais.

Quais são os efeitos a longo prazo da síndrome do olho seco?

 Se não for tratada adequadamente, a síndrome do olho seco pode causar danos à superfície ocular, aumentando o risco de infecções oculares, inflamações e cicatrizes corneanas. Ou seja, essa condição pode afetar a acuidade visual e, consequentemente, a qualidade de vida da pessoa.

Existem fatores ambientais ou hábitos diários que podem agravar os sintomas da síndrome do olho seco?

Sim, alguns fatores ambientais e hábitos diários podem agravar os sintomas, como exposição a ambientes secos, fumaça de cigarro e uso excessivo de dispositivos digitais sem pausas regulares para descanso ocular.

Como é a abordagem geral de tratamento para a síndrome do olho seco?

Geralmente, os médicos receitam lágrimas artificiais sem conservantes, de gel ou de uso noturno, para aliviar os sintomas, pois fornecem mais lubrificação aos olhos. Também é necessário mudanças no estilo de vida, como evitar ambientes com ar-condicionado, aumentar a ingestão de água, usar umidificadores de ar e moderar o tempo de exposição às telas. Entretanto, nos casos mais graves pode ser necessário a utilização de anti-inflamatórios e/ou imunossupressores e quem sabe até realizar procedimentos cirúrgicos. Apenas um oftalmologista pode determinar o tratamento mais adequado para cada paciente.

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