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Dia da Mata Atlântica, celebrado em 27 de maio, é uma data para reconhecer a importância desse bioma, considerado o mais biodiverso do planeta depois da Amazônia, e onde vivem mais de 70% dos brasileiros.
A Mata Atlântica está distribuída ao longo da costa atlântica do Brasil, atingindo áreas da Argentina e do Paraguai nas regiões Sudeste e Sul. De acordo com o Mapa da Área de Aplicação da Lei nº 11.428, a Mata Atlântica abrangia originalmente 1.309.736 km2 no território brasileiro. Seus limites originais contemplavam áreas em 17 estados: PI, CE, RN, PE, PB, SE, AL, BA, ES, MG, GO, RJ, MS, SP, PR, SC e RS. Nessa extensa área vivem atualmente mais de 72% da população brasileira.
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“Mas, as pessoas no Brasil não têm muito a comemorar, porque restam apenas 8,5% de sua área original, e muitas espécies estão em risco de extinção, como as 120 espécies e subespécies de aves”, relata Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News & Negócios.
A Mata Atlântica cobria originalmente 69% da área de São Paulo, ou seja, um pouco mais de 17,07 milhões de hectares. Hoje, restam apenas 2.334.876 milhões de hectares do bioma – 13,7% desse total. De acordo com o Atlas dos Remanescentes Florestais, nos últimos 30 anos foram desmatados 183.133 mil hectares de Mata Atlântica no estado.
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Na Constituição Federal de 1988, a Mata Atlântica foi decretada Patrimônio Nacional e a UNESCO a considera Reserva da Biosfera. Em 2006, foi criada a lei da Mata Atlântica (lei 11.428/2006), que é o principal instrumento para proteger esse bioma. Além disso, existem hoje na Mata Atlântica mais de 433 Unidades de Conservação.
Carmel Croukamp, diretora geral do Parque das Aves, avalia que apesar da enorme redução da cobertura florestal que deu fim a muitas espécies, é muito importante que nesta data o Brasil e os diversos atores sociais estejam juntos a fim de manter de pé essa floresta. “Somos todos responsáveis pela conservação da Mata Atlântica, sociedade civil, empresas públicas e privadas, governo, ONGs e terceiro setor.”
Um levantamento realizado em 102 municípios dos 17 estados da Mata Atlântica, além do Distrito Federal, entre março de 2017 e fevereiro de 2018, obteve dados que foram obtidos por meio de coletas e análises mensais de água realizadas por 3,5 mil voluntários do programa “Observando os Rios”, com supervisão técnica da Fundação SOS Mata Atlântica.
“Os resultados apontaram a fragilidade da condição ambiental dos principais rios da Mata Atlântica e a urgência de incluir a água na agenda estratégica do Brasil. Rios e águas contaminados são reflexo da ausência de saneamento ambiental, gestão e governança”, afirma Malu Ribeiro, coordenadora do estudo e especialista em Água da Fundação SOS Mata Atlântica.
“Com seu incrível valor biológico, cultural e histórico, a Mata Atlântica é um tesouro natural que merece a devida proteção, é um patrimônio para ser preservado para as próximas gerações”, conclui Vininha F. Carvalho.